UMA SUGESTÃO MUITO ESTÚPIDA
Segundo a administração da “petrolífera nacional”(?), os 65 milhões de euros de lucro que averbou no primeiro trimestre de 2010 (mais 32% que em 2009), são devidos ao aumento do preço do crude.
O que quer dizer que a GALP ganha a dois carrinhos. O carrinho A é o do crude, cujo preço subiu. O carrinho B é o do preço dos combustíveis, que também subiu… porque o do crude subiu.
É para isto que queremos:
a) Uma petrolífera “nacional”?
b) Um governo?
c) Uma “autoridade” reguladora?
d) Uma “entidade” da concorrência?
Julgo que não.
Em todo o caso, na sua primitiva ingenuidade, o IRRITADO não deixa de fazer uma sugestão: poderia o senhor Ferreira de Oliveira reflectir nos preços dos combustíveis a massa a mais que saca no crude?
Talvez a malta começasse a gastar mais combustíveis e os lucros não sofressem com isso.
Trata-se, como o título desta indica, de uma sugestão muito estúpida.
É que o IRRITADO não está a considerar que há importantíssimas questões conexas, a saber:
a) Há que aumentar os lucros, legítimo objectivo de qualquer empresa, sobretudo se for “nacional”;
b) Há que atender à ganância do governo, que tanto mais recebe quanto mais caros forem os preços ao consumidor;
c) Há que pagar às “autoridades”, às entidades” e quejandos, coisas que foram, como é evidente, criadas para chatear o menos possível.
A nada disto atendeu o IRRITADO na sua sugestão, assim prejudicando os nobres objectivos “nacionais” de garantir a “transparência”, de dar trabalho à “regulação” e de garantir a “eficácia” de outros clichés da moda.
Para além, como não pode deixar de ser, da ingente precisão de proporcionar a quem merece (a GALP, o governo, as “entidades”, etc.), não a quem precisa (os cidadãos, a economia, a indústria, a agricultura e outras inutilidades do género), melhores condições de vida e de progresso.
O IRRITADO apresenta, com a maior humildade, as suas mais sentidas desculpas às entidades que podem sentir-se atingidas pela sugestão apresentada e reitera o seu profundo respeito por quem manda em nós.
8.5.10
António Borges de Carvalho