QUE SE PASSA, PASSOS?
António Vitorino, sagaz eminência parda e emérito ideólogo do socialismo doméstico, vem apregoar que “a resposta que dermos hoje à crise poderá poupar-nos muitos amargos de boca amanhã”.
Pois é. Basilar pensamento, para quem anda há mais de três anos a dizer que não há crise nenhuma!
Se o senhor Vitorino e o seu pupilo Pinto de Sousa tivessem tido, a tempo, o assomo de inteligência ou de honestidade que os tipos de Bruxelas os obrigaram a engolir, se calhar não tínhamos, hoje, os amargos de boca que já estamos a ter, na triste certeza que os vamos saborear durante muito mais anos, e maus.
A crise não começou quando os tipos de Bruxelas a atiraram à cara dos nossos incuráveis aldrabões. A crise começou com o Freeport, continuou em inglês técnico, tornou-se evidente com o Heron Castilho, foi apimentada com os projectos na Beira e com a respectiva Cova, etc., e conheceu o gosto da tragédia com a PT/TVI.
O facto de o Presidente da República, os partidos políticos, os comentadores, os jornalistas, os deputados e, por consequência, o povo em geral, não terem percebido nem parecerem querer perceber que a tragédia portuguesa está aí para lavar e durar, é que temos o primeiro-ministro que temos, um homem primitivo, que odeia a verdade, para quem a Nação serve como fonte de poder, não de serviço, um primeiro-ministro coca-cola, aldrabão e vendeirinho, ornado de rabos de palha, mestre de esqueletos no armário, palavroso, demagogo, ignorante, total e irremediavelmente incompetente.
Ao deixar este homem no poder, toda a classe política se descredibiliza, toda a Nação desmoraliza, todo o futuro se compromete.
Sabe-se que o engordar do Estado, prosseguido ad nauseam ao longo de 5 anos, a pusilanimidade do dinheiro que ao Estado se pendura, a horda exponencial de dependentes, são fenómenos de tal forma vastos e violentos que ainda pode ser possível, ao nosso abominável patrão, ir buscar os votos que comprou em tanto e tão injustificado tempo no poder.
Mas, que diabo, como é possível deixá-lo continuar? Como é possível, com medo do que possa suceder em eleições, não se pôr o homem na rua? Como é possível que tal medo sirva para deixar que o país continue mergulhado no mar de demagogia e de mentira dos pintos de sousa, dos antónios vitorinos, dos vitalinos, dos lelos, dos Rodrigues, dos mendonças, dessa plêiade de horríveis criaturas que se apoderou do país?
Ó Passos, porque os deixas passar?
15.5.10
António Borges de Carvalho