CALDEIRADA DE LULA
Para se dar ares de grande potência, o senhor Lula anda para aí a fazer grandes amizades com a malta mais fina deste mundo. Começou por estabelecer relações privilegiadas com o camarada Chaves e com aquele alarve da Bolívia que acha que os maricas são uma consequência dos frangos assados (sic).
Animado com a sua crescente influência, o cefalópode convida o grande democrata Amadinejá para ir a banhos a Ipanema. Encantado com o que viu, Amadinejá retribui o convite, e junta à coisa o Grão-Vizir da Turquia. Uma cimeira a três.
Os comentadores do costume embandeiraram em arco. O Lula ia conseguir o que ninguém tinha conseguido: meter o palhaço na ordem, acabar com as sanções ao Irão e ganhar um banquito no Conselho de Segurança da ONU. Três coelhos de uma cajadada.
Nem um só coelho. O que aconteceu foi que os três pacóvios fizeram uns acordos entre si, nada tendo saído do encontro que fosse importante para o que interessa à civilização, ou que a sossegasse. Antes pelo contrário.
O turco e o caipira voltaram a casa convencidos que eram uns grandes senhores. O Amadinejá ficou em casa aos pinotes de alegria.
A coisa teve como resultado imediato que os seis membros do Conselho de Segurança com direito de veto declararam o seu apoio às sanções.
Ou seja, ao contrário do coro dos comentadores, ficaram muito menos descansados do que estavam.
Ainda bem.
Entretanto, os senhores da reunião acham que estão a fundar um “eixo”, para o qual não deixarão, acho eu, de convidar o Chaves e o alarve da Bolívia.
Ainda mal.
Um país ocidental dá o seu aval ao fundamentalismo islâmico e ao progressismo turcomano.
Uma vergonha. Uma caldeirada de Lula.
23.5.10
António Borges de Carvalho