BONS SENTIMENTOS
A organização comunista chamada Bloco de Esquerda espalhou por toda a parte uns cartazes avisando o Zé-povinho que há uns seis ou sete cavalheiros que “nunca apertam o cinto”.
Junto à fotografia de cada contemplado, o montante dos respectivos rendimentos de trabalho.
Partamos do princípio que os números são exactos.
Antes de mais, diga-se que qualquer dos senhores retratados paga, em impostos, goste ou não goste, uns 40% das verbas parangonadas pelo BE, percentagem a aumentar em breve. Assim, haverá o cidadão que dividir por cem a “informação” do Bloco, depois multiplicá-la por sessenta, e terá à sua frente um número mais honesto.
Mesmo assim, dir-se-á, os fulanos ganham um balúrdio. É verdade. Deverá, porém, acrescentar-se que os tais 40% que entregam ao Estado (a “todos nós”, como diria o Bloco) seriam galinha da perna para os accionistas das respectivas empresas, em dividendos, se ganhassem menos e pagassem menos. Não seriam para “todos nós”, em impostos.
Note-se agora que todos os alvejados são manda-chuvas de empresas privadas.
Não é privilégio nem direito dos partidos políticos ou do Estado pronunciar-se sobre os seus vencimentos. O que podem fazer, se quiserem, será reclamar que os castiguem com ainda mais impostos. Tal nada tem a ver com a soberana decisão dos respectivos patrões de lhes pagar o que muito bem entendem.
Acresce que, no mar de desemprego e de miséria em que o socialismo nos mergulhou, há para aí umas cem mil pessoas que trabalham, que têm tem ordenado e garantias sociais no conjunto das empresas tidas e/ou geridas por tais manda-chuvas e que, se os patrões lhes pagassem menos, se calhar eles estavam-se nas tintas e iriam pregar para outra freguesia, teoricamente pondo em causa os empregos daquela malta toda, que passariam a ser geridos de outra forma, quiçá menos competente.
Finalmente, os magníficos comunistas do Bloco esquecem, não por acaso, a chusma de gestores do Estado que perdem milhões (dos “nossos”) e que andam de empresa em empresa a fazer a sua “obra” e a receber (do “nosso”) como nababos. Na certeza que, se “houver azar”, têm sempre um “lugar de recuo”.
O Bloco, como o PC e a sua agência CGTP, dedica-se à destruição do privado e à manutenção ou alargamento do público, com as dramáticas consequências que, por todo o mundo, civilizado ou não, tais teorias “socais” não se cansam de espalhar.
O Bloco destina-se a convencer as pessoas da monumental falácia que é pensar que, se há pobres é porque há ricos e que, se se tirar aos ricos, os pobres ficarão, automaticamente, cheios de “bago” e de regalias. Para tal, há que espevitar os mais baixos sentimentos da população, alimento privilegiado das mentes “comunizadas” e “comunizáveis”. A invejosa publicidade bloquista não significa outra coisa.
Apontar aos portugueses o caminho para a miséria e a servidão, eis a missão desta gente, conscientemente concebida e aplicada.
Diga-se, aos que já estão a afiar a faca contra o IRRITADO, que ele não acha propriamente adequado que se ganhe demais num país como o nosso. Por outro lado, o IRRITADO não faz, nem nunca fez, parte dos que ganham ordenados principescos.
Mas tem a noção exacta do que podem ser as consequências da propaganda comunista. Não para si, que não tem muito a perder. Mas, sobretudo, para aqueles que quase nada têm a perder e que, se forem neste tipo de conversa, perderão tudo o que têm, mais duas coisas: a liberdade e a esperança.
16.6.10
António Borges de Carvalho