IMPORTANTE MISSIVA
Senhor Primeiro-ministro, Excelência
Queria pedir-lhe encarecidamente que tomasse dois minutos do seu precioso tempo (precioso para si mas ainda mais para todos nós) a ler o meu último editorial.
Nunca fui seu inimigo!
Como largamente demonstro no citado editorial, não estavam totalmente longe da razão os que me acusavam de seguidismo em relação a Vossa Excelência, incluindo esse poço de fel que se auto intitula IRRITADO e que, calcule-se, chamava “Sólcrates” ao meu jornal. Suma injustiça! O meu jornal - como eu próprio - sempre foi de uma independência acima de qualquer suspeita.
Verá na peça que refiro, as transcrições do que escrevi, frases verdadeiramente históricas de apoio à Sua Insigne Pessoa. Verá o que eu disse sobre o tristemente célebre caso da sua augusta licenciatura e a forma firme como condenei os que, a tal respeito, infamemente o perseguiram. Verá o que eu disse sobre a sua personalidade, a indomável força anímica que o caracteriza, a mesma que assiste aos grandes homens, por exemplo ao Cristiano Ronaldo quando entra em campo, desde que não seja pela Selecção.
Em suma, verá, no meu despretensioso escrito, um resumo do que, ao longo do tempo, fui escrevendo, elogiando-o com a justiça e a independência que me caracterizam.
Confesso que os equilíbrios internos a que qualquer Chefe é obrigado, me levaram, como a si, a, por vezes, deixar passar informações provindas de uma tal cabrita, uma cabra!, informações que não correspondiam, de forma alguma, à admiração e ao respeito que sempre tive por Vossa Excelência. Coisas da vida.
Felizmente, as voltas do destino levaram a que a massa associativa deste jornal fosse recauchutada, nela entrando algumas personalidades de alto poder financeiro, ligadas ao governo de N’gola.
A esses importantes senhores não são indiferentes as atitudes do jornal que, à minha revelia, de alguma forma lançam ou lançaram indesejáveis escolhos no mar das suas relações com o poder de Tugália.
Por isso que, para pôr os pontos nos is e para que não restem dúvidas sobre a minha indesmentível fidelidade a Vossa Excelência, se tenha tornado importante fazer a humilde resenha dos meus justos elogios à sua Pessoa, republicando alguns dos momentos que, indesmentivelmente, os representam e provam.
Espero que esta minha atitude ponha fim a qualquer suspeição da parte de Vossa Excelência, outrossim que venha a entrar em justa consideração em qualquer momento em que a Justiça, por iniciativa de Vossa Excelência, se venha a pronunciar sobre as nossas relações, sem nuvens ou antolhos que lhe possam prejudicar o discernimento.
De Vossa Excelência atento venerador e obrigado, subscreve-se o
Apolónio Josué Catraiva