PARVOÍCES
É sabido que muita, muita gente (de direita, de esquerda, católicos, ateus…) ficou com um pó de morte ao Doutor Cavaco quando ele cometeu a suprema desonestidade de aprovar o casamento dos defeituosos sexuais.
Daí que, não sem alguma lógica, tenha surgido a ideia de contrapor ao candidato Cavaco um outro, oriundo da direita. É evidente que se tratava de uma espécie de “defesa da honra” em relação a um homem que gravemente a ofendera.
Não tinha hipóteses de ser eleito, o tal putativo candidato. Mas mereceria consideração, se se tratasse de alguém de mérito político, conhecimento público e incontestável valia pessoal. Alguém que pudesse, com honra ainda que sem proveito, levar a candidatura avante.
Quixotesco? Com certeza. Mas bem intencionado e clarificador.
O Dr. Bagão Félix encaixava perfeitamente no perfil necessário. Não quis. Está no seu direito. Compreende-se.
O que não se compreende é que o Dr. Ribeiro e Castro ande para aí a manobrar no sentido de ser ele o tal candidato.
Não é uma figura que cause empatia, ou que irradie simpatia, bem pelo contrário. Não é conhecido da esmagadora maioria dos eleitores. Não tem, no serviço público - ou privado - currículo que justifique a candidatura. Ser uma pessoa de bem, que o é com certeza, não chega. Ser, em exclusivo, oriundo de uma área restrita da direita, é curto. Andar há que tempos a dizer “coisas” mais ou menos sem nexo, é fatal. Preparar assim uma estrondosa vergonha para si próprio e para os seus, que ideia mais bronca!
Já que Deus parece não o iluminar, o Dr. Portas (Paulo) que o faça, e o mais depressa possível.
20.9.10
António Borges de Carvalho