O GOVERNO VAI AOS SALDOS
O governo que temos acaba de publicar um longo decreto sobre o ingente problema dos saldos. Julgo que a iniciativa deve fazer parte do Simplopliploplex, ou das "reformas" prometidas, ou coisa que o valha. Confesso que fiquei banzo. Eu, ignorante e estúpido, que julgava que os saldos eram uma iniciativa dos comerciantes para escoar stocks! Nem pensar. Os saldos são uma actividade regulada, regulamentada, espartilhada no tempo, de tantos de tal a tantos de tal. O governo que temos cria, ou "clarifica" as extraordinárias diferenças conceptuais entre saldos, promoções e outras inicitivas dos comerciantes. Não, meus senhores, os saldos não são uma manifestação de liberdade das pessoas de vender e comprar em condições especias. Nem sequer se pode saldar o que se quiser, mas só determinado tipo de colecções, devidamente controladas pelo Estado. E ai de quem prevaricar! As coimas são às dezenas!
Há muitas maneiras de desacreditar a Democracia. Uma delas, e bem eficaz, é a diarreia regulamentadora de quem não sabe governar.
António Borges de Carvalho