O QUE ACONTECEU E O QUE VEM A SEGUIR
Agora que a tempestade amainou (Passos Coelho já disse que o PSD vai deixar passar o vergonhoso orçamento do PS), talvez seja de recordar os últimos capítulos desta história.
Os jornais de ontem, como sempre “fiéis” à verdade, escreviam nas linhas e entrelinhas que o PSD tinha acabado com as negociações por causa de 0,1 ou 0,25 por cento - consoante os craques que fizeram as contas – do défice.
Já que há pouco quem o faça, o IRRITADO repõe a insofismável verdade.
O Doutor Catroga chegou a acordo com o ministro das finanças. Esse acordo foi levado pelo ministro das finanças e pelo Lacão ao primeiro-ministro. Após mais ou menos quatro horas de reunião, por evidente ordem do primeiro-ministro, tudo voltou para trás. O primeiro-ministro jogava a sua última cartada para conseguir que o orçamento não passasse, e que as culpas, umas vezes sob a forma de esfarrapadas desculpas do governo, coitadinho, outras na pele dos mais ordinários ataques, pudessem ser assacadas ao adversário.
Depois de, em Bruxelas levar o justo raspanete da dona Ângela, o senhor Pinto de Sousa, qual cordeirinho, reagiu às ordens da pastora alemã e declarou que a questão continuava em aberto. Isto no dia seguinte a o PSD ter reaberto a porta que o PS tinha fechado, ainda que sem estrondo já que a chamada comunicação social continua, e com razão, a ter medo dele.
O Dr. Passos Coelho veio hoje dizer que se borrifava nas “boas” intenções do senhor Pinto de Sousa e que podiam contar com a porcaria do orçamento. O tiro, finalmente, saía pela culatra aos meliantes políticos do gang!
Acabou a história.
Que vem a seguir? É fácil prever.
Depois inúmeras e chatérrimas discussões na especialidade*, o orçamento vai ser como o PS quer e, se as vítimas não fôssemos nós, seria bem feito.
Na execução orçamental, como aconteceu com os PEC’s, o PS vai continuar a não cumprir compromisso de espécie nenhuma, a sorver dinheiro, a pedir dinheiro, a não ter dinheiro para pagar, a enterrar a Nação na trampa socialista.
Até que chegue o FMI, coisa “abominável” que o senhor Pinto de Sousa, com a sua profundíssima ignorância e a sua indesmentível desonestidade, transformou na nossa única possível “salvação”.
A esperança é que já não seja ele a cumprir os ditames que nos forem impostos de fora, já que, cá dentro, enquanto esta gente durar, nada se cumpre nem nada se resolve.
29.10.10
António Borges de Carvalho
*Mais uma vez, o IRRITADO aconselha o dr. Passos Coelho a dar ordens aos seus deputados para que não participem na discussão na especialidade. Abstenham-se na generalidade, e recusem-se a participar em mais conversas com gente que as não merece. Caso contrário, arriscam-se a que seja o próprio PS a chumbar o orçamento com a desculpa de que foi "desvirtuado" pelas alterações que a oposição lhe introduziu.