HÁ LIMITES PARA TUDO?
Há dias, ia o IRRITADO na A5 a pensar na vida, eis que o realejo da viatura desata a reproduzir uma canção do Sinatra. Sendo um “sinatreiro” antigo e feroz, o IRRITADO pôs-se à escuta. Quanto mais escutava, mais irritado ficava. É que não era o Sinatra a cantar, era outro tipo qualquer, um assassino desapiedado das boas canções do grande Frank.
Com os ouvidos a arder e a irritação a perturbar os reflexos, o IRRITADO esperou para ouvir o nome do dito assassino. Era o Carlos do Carmo!
O IRRITADO nada tem contra o Carlos do Carmo. É certo que não é uma figura simpática, é um tipo convencido e algo pedante. Mas é filho de uma grande fadista e é, ele mesmo, um fadista de alguma qualidade, afinadinho q.b.
Mas, que diabo, pôr-se a dar cabo do Sinatra ao mesmo tempo que diz admirá-lo… pôr-se a ganhar umas massas com corruptelas da música do homem… que diabo, há, ou devia haver limites!
14.11.10
António Borges de Carvalho