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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

SAMPAIAL ERRATA

 

O mui ilustre advogado Jorge Sampaio, ex-Presidente da terceira versão da República Portuguesa, célebre por a ter tratado tão mal que nem hesitou em, sem qualquer escrúpulo, perpetrar um golpe de estado constitucional destinado a pôr no poder os seus camaradas de partido, veio agora corrigir o que toda a gente julgava ter sido dito por ele: que “há mais vida para além do défice”.

“Não é isso”, afirma agora o extraordinário político, “É ‘há mais vida para além do orçamento’”.

Atente-se na abissal diferença entre uma coisa e outra. O amigo banana não se exprimiria com mais propriedade.

Dando de barato a importância da correcção, coisa especiosa certamente destinada a especiosas mentes, há que perguntar por que carga de água veio o dito senhor, quase oito anos depois(!), emendar a galegada.

A resposta é que não há qualquer explicação, nem faz falta nenhuma. O amigo banana nunca foi de explicações.

 

Mas é bom que fique escrito, mais que não seja neste blogue, que há que recordar o que antecedeu e motivou tal frase, numa ou noutra das suas formulações.

À época, andava a Dr.ª Manuela, Ministro das Finanças, a bramar que era preciso equilibrar as contas do Estado. Estas, com o guterrismo, tinham começado o seu caminho para a desgraça.

Ao mesmo tempo, o senhor Pinto de Sousa, em encontros semanais na televisão, saracoteava-se todo contra a Dr.ª Manuela e o seu governo, o que era preciso era tratar da economia, as preocupações com o défice não passavam de incompetência, os problemas que ela punha não existiam, era conversa de guarda-livros, etc.

O Dr. Sampaio, de Belém, assistia a tudo. Mas não era só assistir. Era intervir. A douta intervenção presidencial foi essa de vir apregoar que havia vida para além do défice, ou do orçamento, ou do que ele quiser. Sempre com o evidente significado de apoiar o senhor Pinto de Sousa e o PS nas suas alegações “a favor” da economia, contra as questões financeiras, a favor dos "seus", que era preciso ajudar, contra "os outros", que era preciso desacreditar.

Depois, foi o que se viu. Barroso deu à sola, Sampaio deu posse ao governo Santana Lopes. Logo à partida, Santana Lopes foi acusado de se ter atrapalhado no discurso de posse. Mas Sampaio não foi acusado de ter, ele mesmo e na mesma ocasião, feito um discurso condicionante da actividade de tal governo, o que é totalmente anti-democrático e ofensivo da maioria parlamentar. Na altura, não se suspeitava de que se tratava da preparação do golpe de Estado. Mas era. O golpe chegaria quatro meses depois, sem que nada o justificasse para além das “bocas” da imprensa e dos invejosos.

Depois, foi o que se sabe. Veio o senhor Pinto de Sousa e a sua ruinosa obra. O país passou a comer demagogia ao pequeno-almoço, propaganda ao almoço e fanfarronadas ao jantar.

O resultado está à vista.

Tudo sem uma palavra do Dr. Sampaio. Sem um reparo do Dr. Sampaio quando o camarada Constâncio produziu um défice putativo, rapidamente transformado na maior aldrabice de que há memória desde o Alves do Reis. Sem um sobressalto do Dr. Sampaio quando o resvalar da nossa vida colectiva se tornou tão evidente que até um cego o via.

 

O Dr. Sampaio acordou agora, para dizer que tinha dito. Não era défice, era orçamento.

 

Ora bolas!

 

21.11.10

 

António Borges de Carvalho

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