ENERGETICAMENTE FALANDO
Segundo o Prof. Mira Amaral, as eólicas em Portugal já vão em… três mil milhões de euros.
Vêem vocês o que andam a pagar nas facturas da electricidade?
Vêem quanto custa a demagogia do governo, a crendice Comissão Europeia, a propaganda dos “cientistas” do “aquecimento global, a sede de poder da ONU, o progresso dos brokers do carbono?
Vêem? Vêem como a civilização se suicida?
O mesmo senhor defende, com argumentos de peso, que o nosso problema energético, por outras palavras, o problema das energias fósseis, se resolvia com três centrais nucleares integradas num esquema ibérico, isto é, em colaboração com os espanhóis.
Haja alguém que chame os nomes aos bois, mesmo pregando no deserto de ideias em que o país se arruína há tantos anos.
A energia é um produto de primeira necessidade que, como qualquer outro produto, deve ser produzido proporcionando lucro a quem o produz e chegando ao consumidor nas melhores condições de preço de preço, quantidade e qualidade.
Isto implica concorrência e diversidade, fiabilidade e produtividade.
Em Portugal, parece que, para se resolver um problema, a primeira coisa é pegar nos respectivos dados e virá-los do avesso, a melhor maneira de tornar as opções absurdas e insustentáveis.
A energia eólica, em si, não dá lucro, precisa de incalculáveis investimentos, é caríssima para o consumidor, não tem produtividade que justifique o que custa nem em quantidade nem em qualidade, não é fiável (precisa coadjuvada por centrais térmicas) e é, como toda a energia em Portugal, gerida e fornecida por um monopólio de facto.
Sabia que, se comprar uma turbina eólica para pôr no quintal, é obrigado a vender à EDP a energia produzida e a continuar a comprar-lhe a energia que consome?
Mesmo que, como diz a propaganda, a operação lhe dê lucro, porque carga de água não pode ser você a gastar a energia que produz e na qual investiu? Porque é que não pode dá-la, vendê-la aos seus vizinhos, deitá-la fora? Será que o seu moinho, ao rodar, está a gastar o vento? Será que a sua produção não substitui importações de petróleo ou gás? Será que você é um pária?
Pense duas vezes, meu amigo, e veja até que ponto lhe sai do bolso o dinheiro que o socialismo comanda e até que ponto há, em Portugal, alguma coisa a que se possa chamar liberal, ou livre?
17.12.10
António Borges de Carvalho