CAMPANHA ALEGRE
Ontem, um canal qualquer reuniu um dos habituais leques de brilhantíssimos comentadores para opinar sobre a campanha presidencial.
De um lado, as donas Avilez e Alves. Do outro, o novel director do Expresso, Costa de seu nome, fulano que tem, ao que consta, a desgraça de ser irmão do outro, o da câmara (lapso imperdoável do IRRITADO, que não tem nada a ver com a família de cada um e deixa que o veneno lhe tome conta da crónica).
Os três estavam de acordo: a campanha tinha sido uma miserável xaxada – o cargo bem o merece – e que outra coisa não tinha havido senão maledicência e fofoca. Até aqui, tudo bem.
O pior é que as três preclaras personalidades, do princípio ao fim, não disseram coisa que não fosse maledicência e fofoca.
A dona Clara (que voltou a pintar-se de preto e já não é nada clara), excedeu-se em pormenores. Todos os cavacais malefícios foram esmiuçados pela ilustre intelectual, como se o homem tivesse alguma obrigação de andar para aí a mostrar escrituras, não tivesse o direito de fazer permutas ela-por-ela, fosse um tenebroso membro do gang do BPN, etc. Um ataque em forma, uma acção de campanha do Alegre ainda mais agressiva que as do próprio ou as do parvo do Moura.
O Costa lá foi deitando água na fervura, ainda que não se deixando de insinuações e dentadinhas. A dona Avilez, essa, não fazia parte do filme, isto é, não tinha estaleca para o Costa, ainda menos para a morena (restaurada).
Enfim, um comício do Alegre mascarado de “informação” e de “opinião independente”. Ainda por cima de borla. Perfeito.
22.1.11
António Borges de Carvalho