“SUSTENTABILIDADE”
Em feroz luta contra o seu (ex?) colega Mira Amaral, o outrora célebre Pimentinha – grande especialista em pôr ovos em ninhos alheios – veio à liça defender com unhas e dentes a sua indústria: os moinhos de vento. Isto na qualidade de director do CEEETA – Centro de Estudos, blabla, etc., não na de industrial de moinhos - coisa que, nestas manifestações “técnicas”, é melhor esconder para não prejudicar a “independência” opinativa – vem pôr em causa os esclarecidos artigos de Mira Amaral sobre a monumental trafulhice da energia eólica. Não o cita, et pour cause…, mas inclui-o, evidentemente, no “reduzido número de personalidades (que têm uma) fixação cega e irracional contra a energia eólica”.
O (ex?) colega Mira Amaral passou a cego e a irracional! A montanha de escritos de tanta gente, ao alcance do Pimenta mas que ele não lê, é produzida por cegos e irracionais. Se estes tipos impuserem as suas razões, lá se vai o negócio dos cata-ventos. É de tremer de medo, não é, ó Pimenta?
O pior, ou o melhor, é que o gato ficou com o rabo de fora no meio da extraordinária argumentação que o nosso homem escrevinhou no jornal. Diz ele que os três eixos da política energética são sustentabilidade ambiental, competitividade e segurança no abastecimento. O que quer dizer, por exemplo, que o que pagamos pela energia é um pormenor secundário. Importante é, diz ele, que, segundo ele a “comunidade científica”, inexistente criatura da imaginação “onusiana”, não há dúvidas sobre a excelência dos produtos que tão subsidiada e lucrativamente produz: as odiosas ventoinhas. O ilustre engenheiro defende a “sustentabilidade ambiental” das ditas: quer dizer, as horrendas florestas de rodopiantes maquinetas que nos destroem a paisagem são um “bem” ambiental! Defende a sua “competitividade”, sabido que é que, de todas as formas de energia é mais intensiva em matéria de custos de investimento e de manutenção! Defende a “segurança no abastecimento” de uma energia que depende de haver ou não haver vento!
Muito esperto, como sempre, o nosso homem passa à defesa da economia das renováveis, escondendo que, nelas, está a meter a hídrica, para lhe acertar as contas.
Não valerá a pena elaborar muito mais sobre a argumentação pimentosa. Outros o farão com mais propriedade que o IRRITADO.
Vale, em todo o caso, a pena denunciar como se defende causas
próprias, mascarando a coisa de abalisada opinião “técnica”.
14.2.11
António Borges de Carvalho