LUZES DOMINGUEIRAS
Em clara demonstração de sabedoria e de consciência de si - como diria o Damásio - o Dr. Proença de Carvalho declarou que o mundo das ideologias acabou.
Quanta razão ele tem! O problema é que se está a ver a si próprio e se confunde com “o mundo”.
Desde os recuados tempos do “Jornal Novo”, bastião da luta contra o socialismo de que ele era director, até ao seu acendrado amor pelo Costa (António) e pelo Fernandes, quando este era do BE, passando pelo PSD e, há quem diga, pelo CDS, pelo PS, Sampaio, etc., o Dr. Proença já foi tudo e o seu contrário, desde que… não digo.
Por isso que confundir-se com o mundo inteiro talvez não seja uma questão de condenável imodéstia, mas um simples passo na preparação de mais algum salto político/prático.
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Perante o estado a que chegámos, o comentador e preponderante condotieri da SIC que dá pelo nome de António José Teixeira elucidou-nos, com a voz melíflua e o ar aveludado que o caracterizam, sobre a verdadeira natureza do discurso do Presidente. Diz ele, concluindo rebuscados raciocínios, que o tal discurso foi a confissão de que não só o país que falhou, mas também o Presidente. E acrescenta, doutoral e definitivo: Obviamente espero de um PR bom-senso, não era de esperar que quisesse acrescentar mais instabilidade.
É conhecida a fé socialisto/socrélfia do senhor Teixeira. Mas, para chegar a este ponto é preciso ter perdido por completo o bom-senso que exige ao Presidente. Esta, nem o Rangel!*
* Aquele que parece um tarado a defender o Pinto de Sousa e é sócio do Soares da PT e dos castelhanos da Prisa/PSOE.
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A fechar o ramalhete de doutas declarações, não podemos esquecer o arrepio que o Doutor Cavaco, no facebook (!!!), deu às suas próprias palavras do dia da posse. Acha ele que tais palavras foram ouvidas de forma maximalista pelos povos ignaros que o escutaram e que o interpretaram abusivamente. Parece que, afinal, o que ele disse não era o que ele queria dizer, antes pelo contrário, vice-versa paralelamente outrossim blabla.
Ou seja, que o que lhe apetece é continuar a sustentar o Pinto de Sousa e a fechar os olhos ao que entra pelos olhos de toda a gente. Menos, quiçá, pelos dele.
13.3.11
António Borges de Carvalho