CAVALHEIROS HÁ POUCOS
Meu caro Passos Coelho
Uma velha máxima diz, com toda a razão, que para fazer um acordo de cavalheiros é preciso que haja pelo menos dois.
Por razões claramente entendíveis, encontraste-te a sós com o senhor Pinto de Sousa no dia em que o Teixeira se desbocou com a história do PEC IV. Por razões ainda mais entendíveis combinaste com ele, Sousa, que o encontro seria secreto. Estavas no teu direito de o fazer. Ele também.
O problema é que, em tal acordo de cavalheiros faltava um, já que o senhor Pinto de Sousa não é, nunca foi nem nunca será um cavalheiro. Antes pelo contrário, como está provado à saciedade.
É facto que o teu desastradíssimo número dois (até quando, ó Passos?) veio dizer que só tinha havido um telefonema. Estaria combinado, mas quem põe a boca no trombone numa coisa destas ou não sabe o que anda a fazer ou é completamente parvo.
Os profissionais da tramóia, por evidente ordem do senhor Pinto de Sousa, saltaram-te em cima. Ele, Pinto de Sousa, calou-se. Que não se diga que faltou ao acordo!!!
É assim que, mais uma vez, o bom é transformado em mau e o mau em bom. Normal. É o que manda a cartilha dessa associação de malfeitores em que o PS, nas mãos da criatura, se transformou.
Põe-te a pau com os teus amigos!
15.4.11
António Borges de Carvalho