Ó CAPUCHO, ESSA NÃO!
No melhor pano cai a nódoa. É o caso.
Então, ó Capucho, estavas tão doentinho quem nem podias ser mais presidente da câmara, e afinal andavas a ver se abichavas uma candidatura à presidência do parlamento? Valha-nos Santo Ildefonso!
Eu percebo, ó se percebo, que tenhas ficado furioso com a história do Nobre. Eu também ficaria. Mas era um problema entre ti e o Passos. Ninguém sabia do assunto. Se estavas chateado deixavas de falar ao homem, ou coisa do género. Mas, que diabo, vires para os jornais dar à casca, homem, nem parece teu!
Ainda por cima fazendo o mesmo que o Nobre queria fazer, metendo os pés pelas mãos, naquele estilo meio palerma que o caracteriza. Vice-presidente, tu, com o teu currículo? Vice-presidente do Nobre, se o Nobre fosse eleito? Como eu te compreendo. Mas vir dizê-lo, vires pôr-te ao mesmo nível?
Está tudo meio doido nesta desgraçada terra.
O Nobre queria ser o que não vai ser, o que não pode ser.
E tu, ó Capucho, metes-te no mesmo saco? De doentinho e incapaz passas a altíssimo político, com justas ambições, cheio de saúde? E dás à casca? Não vês que, de repente, pelas tuas próprias mãos, passas de grande senhor que és a um tipo igual aos outros?
Do coração te desejo que não estejas doente. Do coração te desejo que, se estiveres doente, te ponhas bom. E que Deus nosso Senhor te dê o juízo que já tiveste e que parece que a doença te levou.
25.4.11
António Borges de Carvalho