UNIÃO NACIONAL
Há montes de coros e de coristas a proclamar a necessidade absoluta e “patriótica” de meter no mesmo saco os três partidos democráticos.
Outros andam a dizer que tal proposta se confunde com uma espécie de ressurreição da União Nacional.
Chamem o que chamarem à coisa, há várias questões que se colocam.
A primeira é a de saber se o PS ainda é um partido democrático, ou seja, se é democrático um partido chefiado por um aldrabão autoritário, à vontade do qual se verga, aceitando e, pior, louvaminhando as suas diárias e despudoradas trafulhices.
Se o PS ainda é considerado democrático, então há que perguntar se vale a pena fazer seja que acordo for com gente que NUNCA disse a verdade, NUNCA cumpriu um compromisso, NUNCA foi fiel a nada, nem à sua própria palavra.
O problema não é o de saber se um acordo do PSD e/ou do CDS com o PS é, ou deixa de poder ser comparável à “união nacional”. O IRRITADO acha que não é, mas a questão, em si, não faz nenhum sentido.
Saber que resultados se podem esperar de um arranjo qualquer em que entre o PS do senhor Pinto de Sousa, esse sim, é o problema.
Os arautos da “concertação” sabem isto tão bem como o IRRITADO. Então porque não dizem eles a verdade, ou não optam por se calar? Numa democracia que se quer livre não é bonito esconder o que se pensa.
Toda a gente já o percebeu. Pensam que o país precisa, mais ainda do que de dinheiro, de sacudir de uma vez por todas a canga que o senhor Pinto de Sousa lhe impôs, à custa de enganos, de incompetência e da mais radical desonestidade.
É isso que pensa, claramente, o ex-presidente Soares, o ex-presidente Eanes ( o ex-presidente Sampaio é outra história…), o Doutor Barreto, e tantos outros que para aí berram a favor de uma união que só pode dar mau resultado se um dos seus elementos for chefiado pelo fulano do costume.
O que é parecido com pleitear por uma União Nacional é o forcing que se anda para aí a propagandear para que se crie uma convergência de gente animada por recta intenção com um fulano que só sabe exercer o poder à custa de mentira e demagogia.
28.4.11
António Borges de Carvalho