COERÊNCIA ECOLÓGICO - SOCRÉFIA
Como as coisas mudam!
Há não muito tempo, se alguém, em Portugal, falasse em eucaliptos ou em floresta industrial era imediatamente objecto das maiores ofensas por parte das hostes “ecológicas”. O eucalipto sugava toda a água, desertificava tudo à sua volta, nem os passarinhos resistiam, era uma cultura intensiva e extensiva, um atentado à mãe Natureza… as outras madeiras industrias eram coisas da mesma igualha, crimes de lesa Pátria, fábricas de incêndios, sei lá que mais.
Pior que isso, tudo não passava de consequência da ganância desmedida da indústria de papel e quejandas, um sacrifício da Nação inteira, assim posta ao serviço das multinacionais, do capitalismo selvagem, e por aí fora.
Agora, o programa do PS preconiza uma coisa verdadeiramente extraordinária, formidável, nunca vista: o eucalipto e o pinhal de regadio!!!
O senhor Pinto de Sousa, ambientalista mor do PS, para além de outras coisas igualmente aldrabófonas, vem defender o que jamais indústria alguma, empresa alguma, capitalista selvagem algum, cabeça alguma, foi capaz de imaginar, quanto mais de parir de forma tão evidente!
É de perguntar onde pára a Quercus, o Partido da Terra, o arquitecto paisagista Teles, o cavalheiro de indústria Pimenta, todos os exércitos de empatas e demagogos que, com subsídios do Estado, aterrorizam as gentes com as suas teorias, as suas demagogias, as suas invejas?
Onde estão?
Já se sabia que o senhor Pinto de Sousa foi, por esta gente, autorizado a dizer as mais inacreditáveis mentiras, os maiores disparates, as mais incríveis patacoadas, sem que uma palavra de repulsa lhes provoque.
Mas, meus amigos, um grande plano nacional para a promoção do eucaliptal regado* não seria de motivar um soluço de indignação que fosse, da parte desta gente?
Espero que o novo governo não tenha o PS lá metido, mais que não seja para que esta gente veja fechada a torneira dos subsídios, das prebendas e dos elogios.
12.5.11
António Borges de Carvalho
* Do programa do PS: “apostar na floresta irrigada em zonas de regadio subaproveitadas, para garantia do aumento de matéria-prima para a indústria da madeira e da pasta de papel”.