PEDRO MARQUES LOPES
Soi disant à sua direita, o senhor Pinto de Sousa tem uma nova estrela a fazer-lhe concorrência nas televisões e nos jornais: um tal Pedro Marques Lopes. Talvez o dito não concorra em termos de aldrabice, de logro, de dolo e de mentira, coisas em que o senhor Pinto de Sousa é imbatível. Mas, em ignorância crassa, é um challenger de respeito. Não há calinada que não dê.
Numa coisa que li há dias, afirmava: Chamar agora ao PSD social-democrata só se justificará por razões históricas.
Quer dizer, um cretino que diz não gostar do senhor Pinto de Sousa alinha que nem um burro com as alarvidades do senhor Pinto de Sousa. É mais que evidente que, se o programa do PSD tem algum defeito é o de não ser liberal. Passos Coelho, bem ou mal, faz tudo o que está ao seu alcance para tentar viabilizar aquilo que o senhor Pinto de Sousa o acusa de querer destruir: a tal coisa ruinosa e insustentável que este há muito vem reduzindo ao mesmo tempo que berra defender: o chamado estado social.
Por tentar viabilizar esse aquis da social-democracia, Passos Coelho é acusado de não ser social-democrata.
Por tentar limitar a 4%, até ao fim da legislatura, a quebra das contribuições patronais para a Segurança Social, que o senhor Pinto de Sousa assinou como devendo ser “violenta”, o senhor Marques Lopes acha, como o seu protegido Pinto de Sousa, que Passos Coelho é um liberalão!
Se Passos Coelho fala, com exagerada timidez, em privatizações, o senhor Pinto de Sousa desata à pedrada, como se não fosse ele quem assinou tal coisa. E o senhor Marques Lopes acha que o mau (o não social-democrata) é o dr. Passos Coelho!
Esclarece o Lopes o seu brilhante “pensamento” supra: Está por provar que seja possível ganhar eleições com um programa daquele tipo.
Ou seja, o Lopes acha que um programa que nada propõe a não ser inanidades (o do PS) merece mais votos que outro, cheio de lógica, de ideias e de propostas.
O senhor Marques Lopes deve ter pelo povo português a mesma consideração que o próprio mereceria se houvesse massa crítica em Portugal.
17.5.11
António Borges de Carvalho