É COPIAR, VILANAGEM!
Uma das primeiras decisões do novo PM devia ser, manda a nossa indignação (não confundir com os “indignados”), pôr na rua a dona presidente da escola dos magistrados, toda a sua administração/direcção ou lá o que é, e mandar os alunos todos para casa.
Da mesma forma, conviria que os distintos magistrados pusessem a ferros o presidente do respectivo sindicato, que teve a ousadia de achar que o assunto do copianço era “escusado e lamentável”, em vez de tomar uma atitude menos motivada por meras considerações corporativas.
Tudo para a rua!, seria a única solução decente.
Mas não vai ser.
O sistema vai continuar. O primeiro sinal de “mudança” dado pelas hierarquias judiciárias e pelos respectivos “representantes” é comunicar, por palavras e atitudes, que vão fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que não haja mudança nenhuma.
Sei que vão acusar-me de “fascista”. No entanto, não há quem não reconheça que o sistema de recrutamento de magistrados criado pela democracia não funciona nem nunca funcionou. A justiça “fascista” - à excepção dos plenários - era muito mais credível e inspirava muito mais confiança que a dos nossos dias. Os licenciados que quisessem entrar na magistratura começavam a sua vida profissional como procuradores ou adjuntos, andando de tribunal em tribunal por esse país fora. Aprendiam com a vida, com os truques da barra, com o mundo da burocracia judicial, ganhavam experiência e, passados uns anos, podiam ascender a juízes.
Hoje dá-se-lhes umas lições mais ou menos “expeditas” - como o caso do copianço demonstra à saciedade - e aí vão eles… Passam de estudantes copiadores a juízes enquanto o diabo esfrega um olho.
O resultado são os juízes de cueiros, que, às vezes, nem português sabem. E que, sem carecer de demonstração, não têm nem podem ter um mínimo de preparação sobre a vida e os seus meandros, não “marinaram” nas salas de audiência, isto se tiverem, o que é duvidoso, alguma preparação técnica para o exercício de uma profissão outrora prestigiante e hoje objecto da maior das desconfianças.
Vai ser mais fácil cumprir as metas do FMI do que por esta malta na ordem.
21.6.11
António Borges de Carvalho