PARECE
Há anos a esta parte que é público e notório que o actual PGR não serve para o cargo. A ele se poderia aplicar o velho dito “cada cavadela cada minhoca”, sendo as minhocas declarações absurdas e contraditórias, comunicados abstrusos, guerras intestinas na procuradoria, impedimentos à investigação judiciária, decisões objectivamente políticas, processos disciplinares, exposição pública de matérias sensíveis, um nunca acabar de razões que, num país decente, há muito teriam levado à substituição do Dr. Pinto Monteiro.
As últimas notícias vindas a público fazem a estatística das presenças do PGR no Conselho Superior a que, formalmente, preside, mas onde raramente põe os pés.
Diz-se, com foros de verdade, que SExa goza de limitado respeito por parte dos seus pares em tal conselho. É difícil respeitar um chefe com tanta minhoca no currículo, ainda por cima sedento de poder e autoridade, a ponto de querer alterar o sistema que o enquadra, coisa de que os seus antecessores parecem não se ter lembrado, submetendo-se às normas vigentes e não vendo nelas impedimento à sua acção ou ao digno exercício do seu mister.
Além disso, como a tal estatística demonstra, um chefe que, com medo de não conseguir fazer valer os seus pontos de vista, sobranceiramente não cumpre as suas obrigações. Isto, para não chamar outros nomes à atitude.
Lamentavelmente, o novo governo e o Presidente da República mantêm o senhor no palácio Palmela. O que não se compreende, seja qual for o critério utilizado.
Parece que há algum interesse em continuar a proteger os protegidos do Dr. Pinto Monteiro.
Parece que convém manter a Procuradoria em situação de saco de gatos.
Parece que o dito senhor sabe alguma coisa que ameaça revelar.
Parece…
Tudo “pareces” com que seria importante acabar.
A não ser que não sejam tão “pareces” como podem parecer.
26.8.11
António Borges de Carvalho