JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS
Basta passar os olhos pelas montras das livrarias para perceber que o que está a dar é o romance histórico e a “investigação” romanesca.
Não há princesa do século XIV que não veja as suas aventuras de alcova retratadas em calhamaços, não há arcebispos sem filhos, não há cortes sem intrigas, tudo se inventa, reinventa ou fabrica com o fim de demonstrar que a história não é o que se julga ou os seus intérpretes mais importantes não são quem se pensa.
No meio disto, alguns autores há capazes de colocar as suas personagens em cenários credíveis, com isso contribuindo para o enriquecimento histórico de quem os lê. Tiremos-lhes o chapéu.
Há também quem escreva sobre alegados “mistérios” ou acontecimentos históricos sem ter o topete de dizer que parte de investigações “científicas” ou de ter a “coragem” de afirmar que descobriu “a verdade”.
O problema é conseguir distinguir um escritor de um contador de histórias e, de entre estes, os bons dos maus, os sérios dos aldrabões. Sobretudo, jamais acreditar em “exegetas” de pacotilha, ou “investigadores científicos” feitos à pressa.
27.10.11
António Borges de Carvalho