WISHFUL THINKING
Ninguém, que se saiba, sabia da existência de uma comissão encarregada de estudar a “informação televisiva”.
A coisa passou a ser conhecida no dia em que três altíssimas (?) personalidades da nossa praça se demitiram. Que maçada!
Então não é que, na tal comissão, havia quem achasse que a informação devia ser reduzida na televisão pública? Que topete!
E o IRRITADO que se irrita tanto com os telejornais do senhor Rodrigues dos Santos, grande exegeta bíblico, intragável piscador de olho, socialista “independente”? Uma hora, meus senhores, uma hora de notícias em que mais de metade é preenchida com patacoadas! E o IRRITADO que se irrita tanto com aquela rapariga da SIC Notícias que guarda para os dois minutos finais, depois da publicidade, as notícias que interessam?
Há países civilizados onde a informação diária é transmitida em meia hora, condensando o importante. Os tipos que deram umas facadas à sogra e a prima da cunhada da vizinha do prédio onde rebentou uma garrafa de gás ficam para outros momentos e outros programas. Por cá, os intelectuais demitem-se, indignados, se alguém propuser tal coisa. “Independência nacional”?!
Bom, a origem de tudo isto está na estranha política do ministro Relvas. O homem, decididamente, não sabe o que quer, a não ser que não quer fazer o que fazer devia: acabar com a RTP, e pronto. Vai daí, nomeia uma comissão, decisão clássica em casos destes.
Os senhores ou senhoras da dita comissão desatam à cacetada, vão embora, des-solidarizam-se. Caldo entornado.
E agora? Agora, teria o ministro Relvas um bom pretexto para repensar a matéria e tomar uma atitude.
Wishful thinking!
14.11.11
António Borges de Carvalho