OS COMBUSTÍVEIS AFINAL SÃO BARATOS
Pode dizer-se que todos os portugueses acham que os combustíveis são caros. Caríssimos!
Todos? Não! O inenarrável Costa, desgraçadamente presidente da Câmara de Lisboa, acha que não. Vai daí, para colmatar os buracos da sua magnífica gestão, propõe que, sobre os combustíveis, seja cobrada mais uma “taxa”, isto só para Lisboa e arredores. A alta consideração socialista em que tem os seus munícipes leva-o a imaginar mais uma forma de os explorar. Tem toda a razão. Quem cometer o crime de ter um carrito já sabe. Pumba! Pimba! Toma!
Os combustíveis, teatro dos mais evidentes cartéis, dos quais o Estado faz parte via impostos ad valorem (mais de metade do preço ao consumidor), são um dos mais evidentes sinais da total inutilidade das “agências” estatais, das “autoridades” estatais, dos “observatórios” estatais e de outros que tais, teoricamente destinados a controlar os preços, a fiscalizar a concorrência, a tratar da energia e dos produtos petrolíferos, etc.
Talvez abolindo esta gente os preços baixassem, já que esta gente é cara, caríssima, e que os efeitos da sua (in)acção são, pelo menos, catastróficos.
Entretanto, há que dar ao Costa o benefício da dúvida. Ele quer entrar em força na gestão dos transportes da capital.
Para tal, uma vez que tais transportes estão super falidos, como toda a gente sabe, para além da bordoada nos combustíveis, o camarada quer “participar” nos proventos das taxas de entrada na cidade, leia-se nas portagens de pontes e auto-estradas. Como as respectivas empresas não vão, sem mais nem ontem, entregar parte da sua facturação ao Costa, se o Costa lhes cai em cima, pumba, pimba, toma, aumentam os preços.
Trata-se, diz o Costa, de angariar fundos para sustentar as empresas estatais de transportes. Genial. Quer mandar em tudo, até nas concessões. Mas como está farto de buracos, quer pôr-se a colmatá-los, sacando às pessoas, para depois se sentar mais à vontade nos conselhos de administração.
Aguardemos calmamente o desenrolar dos acontecimentos.
21.11.11
António Borges de Carvalho