DA MAÇÓNICA PIROSADA
Já que, para além de perseguições e invejas, o que está a dar é a maçonaria, o IRRITADO não pode deixar sem uma palavrinha simpática o que, em pequena parte, viu ontem nas televisões. Virasse-se o comando para onde se virasse, o refrão era o mesmo: maçonaria, maçonaria, maçonaria. Informação à portuguesa.
Dois altos patrões da coisa, qual par de marretas no seu camarote, debitaram patacoadas sem fim, em patética louvaminha dos altos princípios e fins da mui nobre instituição. O espectáculo ficaria a matar nos piadéticos do circo Chen.
O mais impressionante, porém, foi a visão dos “templos” onde, pelos vistos, os filhos da viúva se dedicam às suas “iniciações” e outras manigâncias. O mau gosto, o pirismo, o primitivismo, o incrível mobiliário, os “tronos” dos grão-mestres, dignos, em estilo e grandeza, de um ditador africano de segunda ordem, umas colunecas miseráveis, uma parafernália de dourados, tralha de vestimentas, tudo a ressumar um sentido estético de feira de Carcavelos - sem ofensa para esta. Enfim, um nunca acabar de possidoneira e de kitsch.
Dizem os tipos que se inspiraram nos construtores de catedrais. Que ofensa mais brutal! Estes, brindaram a humanidade com realizações de uma beleza inigualável. Aqueles, presenteiam-nos com, os seus “templos”, autênticas agressões a todo e qualquer sentido estético. Estes, fizeram obra de que todos, crentes e não crentes, podem usufruir. Estes escondem as suas obras e escondem-se a si mesmos por trás dos seus mamarrachos.
Uma vergonha! Uma velharia inútil e, mais que não seja como tal, perigosa ou prejudicial.
Bem fez o nosso espertíssimo Mário Soares, que declarou ter-se afastado da maçonaria porque esta está “démodée”.
13.1.12
António Borges de Carvalho