OU POBRE CONTINUIDADE OU PERIGOSA MUDANÇA
Não haverá quem não tenha visto, nas nossas cidades, uns meninos de camisa branca, tipo “correcto”, gravatinha lisa, nó pequenino, de mariconera a tiracolo, calça escura bem vincada, cabelinho curto, brilhantina, barba feita e arzinho palermoide.
O IRRITADO nunca foi abordado por tal gente, se calhar pelo ar de desprezo com que os fitava. Pouca malta, afinal, poderiam abordar, já que falavam um “amaricano” de fugir.
Eram uma espécie de missionários da seita dos mórmones. Vinham espalhar a “nova” inventada por um tarado qualquer que descobriu a “verdade” – e uma maneira de ganhar dinheiro - encerrada num caixote algures nos EUA, coisa em que jamais alguém pôs a vista, mas que é dita ao alcance de uma espécie de anjos que jamais fosse quem fosse conheceu. É verdade, sem aspas, que a coisa proliferou e até se tornou, ao que consta, maioritária numa pequena zona do seu país de origem. Uma espécie de IURD à americana, uma forma de dominar as pessoas, como a cientologia, uma coisa universalmente reconhecida como fraude baseada na exploração de medos histéricos, na ameaça e na lavagem ao cérebro.
Não consta que os meninos das gravatinhas tenham angariado adeptos entre nós. Por um lado, porque não era difícil perceber que os meninos eram parvos. Por outro, porque os meninos andavam mais a cumprir horário que a debitar prosélitas e atraentes arengas
Porquê esta viagem ao mundo idiota dos mórmones? Porque, imagine-se, nos arriscamos a ter um deles como Presidente dos EUA. Neste mundo confuso e periclitante, uma ameaça destas é verdadeiramente aterrorizadora.
Para quem pensasse que as eleições americanas podiam abrir caminho a uma era menos monetarista, menos “obamista” – se é que há obamismo para além da mera propaganda – menos anti-europeia, vê-se na tristíssima situação de achar que a emenda se arrisca a ser pior que o soneto. A demagogia que levou Obama ao poder nada trouxe de bom ao mundo. Já não há, julgo, quem não tenha pena da queda de McCain, consumido que foi por uma tarada que teve a desgraça de escolher para o seu ticket, mas que era um homem consistente, sabedor e prestigiado.
Parece, meus amigos, que, por este andar, nos arriscamos a que o mundo se torne cada vez mais um lugar indesejável.
Ou surge um candidato republicano com credibilidade e pés para andar, ou nos veremos outra vez nos braços de Obama, sendo a alternativa sermos as vítimas inocentes das taralhoquices de um mórmon!
20.1.12
António Borges de Carvalho