INDECENTES PALHAÇADAS
Não sei se o governo fez bem ou mal acabando com a tolerância de ponto e com uma ponte de quatro dias.
Sei que quem tem dois dedos de testa não achou estranho nem se deu ao trabalho de criticar. Também sei que o que se faz à terça-feira também se pode fazer ao Sábado e ao Domingo.
Igualmente sei que, se ficarmos privados das exibições de cus e de sambismos mal importados, não nos faz diferença nenhuma.
Com tolerância de ponto ou sem ela, a vida, melhor ou pior, continua como dantes.
Importante, pelo que mostra de falta de educação, de solidariedade, de pudor, de empenhamento na vida colectiva, é a decisão de uma dúzia de autarcas, raça maldita!, de dar tolerância de ponto nas respectivas chafaricas.
Importantíssimo, gravíssimo, inominável e repugnante é que o Banco de Portugal alinhe nesta estúpida palhaçada de desobediência.
Depois de ter mantido – por mais que se esfanique não conseguirá explicar o fundamento da decisão – os meses da salário negados aos demais, desta feita vem o BdP, que devia ter mais respeito pelos outros e por si próprio, dar ao país esta imagem de privilégio e de falta de decência.
Miserável.
11.2.12
António Borges de Carvalho