DESEMPREGO?
Ontem de manhã, o DN anunciava, em altíssimas parangonas, que havia um milhão e duzentos mil desempregados.
Na mesma manhã, o Público metia duzentos mil a trabalhar, afirmando que era só um milhão.
À tarde, desta vez em percentagem, ninguém se entendeu no Parlamento sobre o que, afinal, são os números do desemprego.
À noite, o inestimável Cravinho (o das SCUTs), antiga cabeça do escol de Marcelo Caetano e actual maçon e socialista de esquerda, garantiu que o desemprego andava pelos setecentos mil e que, por este andar, em 2013, talvez se pudesse chegar aos novecentos mil.
A Pátria agradece ao Público ter arranjado duzentos mil empregos.
A Pátria agradece ainda mais ao Cravinho, que, da manhã para a tarde, arranjou quinhentos mil.
A Pátria agradece ao Parlamento que não se entretenha mais com estas matérias, uma vez que ninguém, na maioria ou na oposição, ao contrário do DN, do Público e do Cravinho, faz a mínima ideia dos números do desemprego.
A Pátria agradece a algum truta que haja por aí, ou a algum jornal “de referência”, que queira ter a bondade de chegar à conclusão que não há desemprego nenhum e que foi tudo uma manobra da troica, do mafarrico ou do caraças.
O IRRITADO, humildemente, pede aos trutas de serviço que não gozem mais com o pagode, sobretudo com os desempregados.
18.2.12
António Borges de Carvalho