APONTAMENTOS DE DOMINGO
VERGONHA
A nova arrancada “fracturante” do PC e do BE acerca da adopção por “casais” do mesmo sexo, em boa hora chumbada, fracturou mesmo. Vergonhosamente, houve deputados da maioria que a teriam deixado passar.
CIVILIZAÇÕES
Não há dúvida que a civilização muçulmana, outrora foi florescente, Mas, com algumas honrosas excepções, parou no tempo e deixou-se arrastar para um evidente e perigoso primitivismo.
Se, na civilização cristã, se assistisse à queima da Bíblia por algum tarado, as instituições, naturalmente, lamentariam o sucedido e considerariam que tais tarados não representavam nada para além de estupidez e selvajaria. Mas ninguém viria para a rua exigir sangue ou queimar fosse o que fosse.
Quando vemos as hordas de assassinos muçulmanos que enxameiam as ruas a propósito da queima, por uns tarados americanos, de exemplares do Corão, vemos bem a paragem no tempo de que falava acima.
INTERESSE PÚBLICO
É evidente que a conversa particular entre os ministros das finanças de Portugal e da Alemanha tem interesse público. Aliás, é de presumir que todas as conversas particulares entre todos os ministros de todos os países, acerca seja do que for, serão de interesse público, ou que o público fique todo contente por nelas cevar a sua curiosidade, legítima ou mórbida.
Nada disto tem a ver com a legitimidade de as escutar e de as propagandear.
Uma senhora da nossa embaixada na União Europeia teve a lata de vir dizer que seria de proibir a TVI de filmar as reuniões dos ministros. Como consequência, os nossos brilhantes plumitivos entraram num frenesi. Atentado à liberdade de imprensa! É de interesse público, tudo se justifica!
Tratando-se dos sacrossantos jornalistas, os fins justificam os meios. Um tipo grava som que se tinha comprometido a não gravar. Uma estação de televisão põe no ar a gravação que se tinha compromtido a não fazer e vende-a ao mundo.
Ninguém, nem o ilustre sindicato dos jornalistas, nem as comissões de “deontologia” que por aí vicejam, nem a Alta Autoridade ou lá o que é, que pagamos, nem os senhores deputados, ninguém diz uma palavra que não seja de justificação e aplauso.
Que fazer a este respeito? Nada.
PERSEGUIÇÃO CORTADA CERCE
Um membro do governo resolveu contratar uma senhora para um cargo de responsabilidade, com um contrato a prazo.
Tal senhora, indiscutivelmente, tinha um currículo profissional que lhe granjeava a maior das credibilidades para o exercício das funções que lhe eram atribuídas. Mas… a imprensa publicou a notícia ignorando o currículo e referindo apenas que a senhora era familiar próxima de um ministro!
A senhora, três dias depois de iniciar funções, ao ver publicada a “notícia”, apresentou a demissão e foi à sua vida. Percebeu que, fizesse o que fizesse, bem ou mal, jamais seria referida por isso, mas tão só seria perseguida e achincalhada por causa da família: uma girl! Mais um caso exemplar dos exageros “informativos”. Desta vez, levaram com a porta no focinho. Parabéns à senhora, que não esteve para os aturar.
CONCEITOS CINEMATOGRÁFICOS
O rapaz que, admita-se que com todo o mérito, ganhou um prémio em Berlim com um filme que realizou veio dizer, cheio de amargura, que um filme de Scorsese “pagava 15 anos do cinema nacional”.
Há um pequeno pormenor que dá cabo deste nobre queixume. É que os milhões que o tal filme custou vão ser devolvidos a dobrar ou a triplicar pelas bilheteiras do mundo inteiro. O tal Scorsese vai ficar cheio dele, os contribuintes americanos não gastaram um tostão, viram um filme que os divertiu e ainda recebem algum, via impostos que o Scosese vai pagar por causa dos lucros que teve.
O filme do nosso rapaz vai entreter umas dúzias de outros rapazes, não vai entreter ou divertir mais seja quem for, custou a todos nós umas lecas e impostos nem vê-los, que é tudo a fundo perdido!
Às vezes ficamos a pensar que há, no raciocínio desta gente, um parafuso qualquer que está desapertado.
DEMOCRACIA
Agigantam-se na nossa praça, e não só, sonoros protestos, sobretudo de esquerda, contra os governos de tecnocratas, que não foram eleitos - v.g. Grécia e Itália - que não têm legitimidade, que a democracia está perdida, etc. e tal.
Também aqui há pormenores esquecidos. Quem investe os governos são os parlamentos. A legitimidade é parlamentar. Os primeiros-ministros não são eleitos, são apontados pelas maiorias. Foi o que aconteceu nos dois países referidos. O procedimento não é o habitual - é fruto de uma crise dos diabos - mas não é, por isso, ilegítimo, ainda menos anti democrático.
Por outro lado, no que respeita à nossa nacional chafarica de esquerda, há que realçar, a bem da coerência, que foi essa mesma esquerda que teceu as maiores loas à “nomeação” de governos não eleitos, entre os quais avultou o dessa santinha de esquerda que se chamava Maria de Lurdes Pintasilgo! Santa coerência.
26.2.12
António Borges de Carvalho