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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

DA FABULOSA HERANÇA



Muita gente diz cobras e lagartos do sr. Mexia, que mexe nos nossos bolsos, que é um tubarão, um gatuno.
Mas ele não será mais que um tubarãozinho, ou um gatuninho, se for. O que ele é, em boa verdade, é um very successful business man (em chinês não sei como se diz).
Senão, vejamos um exemplo, feito por alguém credível, da formação de uma factura de electricidade no valor de 116 euros:


Custo da electricidade..............................34,00

Taxa RTP/RDP.........................................6.80

Harmonização tarifária Açores/Madeira.........1,60

Rendas por passagem de cabos de alta

tensão para Municípios..............................5,40
Compensação de Operadores - EDP, Tejo

Energia e Turbo Gás ...............................16,10
Investimento em energias renováveis.........26,70

Custos de funcionamento da Aut.da

Concorrência e da ERSE............................3,70

Soma..................................................94,30
IVA.....................................................21,70
Total..................................................116,00

Comentários ou análises? O quadro é simples. Nós é que somos tansos.
Se não, vejamos:


Diz-se que os impostos, para entrar em vigor, só com leis do Parlamento. Nenhuma das posições da factura (à excepção do IVA, que as outras parcelas incham), passa pelo Parlamento. Por isso, não se trata de impostos. Evidente, não é? Genial!
Em consequência, ninguém pode queixar-se de impostos exagerados (no caso da factura da EDP), e há que dar o benefício da dúvida: trata-se de pagamento de “serviços” prestados pelo Estado, não de impostos.
Os serviços têm que ser pagos, não é? Dá-se o caso, estranho q.b., de, habitualmente, ser suposto cada um pagar os serviços que contratou. Se não os contratou, não tem que os pagar. Mentira!
Dir-se-á, com toda a razão, que você tem um contrato com o Estado, com base no qual este lhe presta serviços por troca dos impostos que você paga. Mentira!
O Estado serve-se dos impostos para umas coisas. Para outras, você tem que pagar por fora. Certamente, você julga que o dinheiro que lhe sai do bolso para impostos é o igual ao que lhe sai do bolso para “serviços” (as chamadas taxas), sendo, para si, tudo a mesma coisa. Mentira!  
Se nem você nem os seus legítimos representantes jamais contrataram a construção de florestas de moinhos de vento,

se você, ou quem o representa, jamais foi tido nem achado para a formação das multidões de entidades, autoridades e outras alarvidades criadas nos útimos anos,

se você detesta a RTD/RDP e coisas no género,

se você está farto de pagar a solidariedade com os insulares e até acha que os continentais são quem, nesta altura do campeonato, devia merecer a solidariedade das ilhas,

se você pensa que os cabos de alta tensão têm que passar por algum lado e que a ninguém é legítimo ganhar dinheiro com isso, muito menos as câmaras municipais, que são poços de burocracia onde o seu dinheiro se afoga,

se você é acha que não devia pagar nenhuma das parcelas da factura da electricidade que não têm nada a ver com electricidade,
Você é uma besta, um, um sociopata, um sociófobo, um traste!

Diga-se que, além disto tudo, você está habituado a ouvir falar no “défice tarifário”, coisa que você não percebe lá muito bem o que seja, mas que até é levado a crer que haverá que pagar. Daí, a sua incurável estupidez leva-o a pensar que a parcela “compensação de operadores” tem a ver com tal défice. Mentira!
Você não faz ideia nenhum a que se deve tal verba. O IRRITADO, porém, sabe que o défice tarifário continua, muito sossegado, à espera do seu dinheiro.

Na brilhante situação de que a factura da EDP é um pequeno sinal, vemos bem a herança que recebemos, seja do Marcelo Caetano – altura em que só havia a TV do Estado, e as rádios, excepto a do Estado, viviam à própria custa - , seja de alguns outros, e atingiu o climax com o incomparável Pinto de Sousa*. Foi ele que inventou os moinhos de vento para encher de massa uma data de gente que aproveitou, honra lhe seja, a torneira de dinheiro que ele abriu. Foi que inventou a ERSE e mais uma data de parasitas, como os dos combustíveis, coisas que servem para justificar o injustificável e que trabalham (?) a favor de tudo menos dos cidadãos. E muitas, muitas outras coisas, que o homem era um inventor acabado.

E agora? Que fazer?
Da sua humilde tribuna, o IRRITADO leva aos ouvidos do governo algumas dicas:
- Acabar imeditamente com  RTP/RDP e adjacências, nem que, para tal, seja preciso demitir o ministro Relvas;
- Pôr as regiões autónomas a pagar a electricidade que consomem, como acontece aos demais portugueses, seja qual for a opinião do Jardim ou do outro:
- Acabar com os penduras das entidades, autoridades e outras alarvidades, que só prejudicam as pessoas e lhes prestam serviços negativos. Sem medo de os mandar para casa e sem ouvir a opinião seja de quem for;
- Acabar, sem consulta prévia, com a imoralidade da mama das autarquias, que não param de querer sacar mais dinheiro todos os dias, indiferentes à crise e à demais administração pública;
 - Chamar o pessoal das renováveis e dizer-lhe que nem mais um moinho de vento – isto parece que já está dito, e ainda bem – e que, se são tão bons como apregoam, vão vender o peixe para a Patagónia ou para o raio que os parta onde lhes dêem subsídios milionários, os quais, em Portugal, vão ser reduzidos ao mínimo dos mínimos, ou, se possível, anulados.

Senhores membros do governo, NADA pode justificar que, numa factura de electricidade, 70% não seja para... electricidade.

Seguido o caminho que o IRRITADO sugere, talvez se pudesse fazer alguma Justiça, ajudar a relançar a economia e até, quem sabe, reduzir o défice tarifário, seja lá isso o que for!

1.3.12

António Borges de Carvalho

*Nesta como em muitas outras matérias, a hecatômbica herança do senhor Pinto de Sousa é, de todas e de longe a mais pesada.

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