A asneira é livre
Após o anúncio da CML de que iria nivelar por cima as cérceas da Avenida da república, apareceu a correr o excelentíssimo vereador Fernandes, clamando para os jornais que se tratava de péssima proposta uma vez que as novas cérceas, "vão impedir a circulação do ar".
Faltou-lhe acrescentar que é por causa das cérceas que têm morrido, e morrem diariamente, milhões de novaiorquinos, asfixidos pela falta de ar que os prédios de mais de doze andares provocam. O mesmo se passa em Singapura, Dubai, São Paulo e tantas outras metrópoles onde os turistas costumam ir no intuito de observar as convulsões finais dos asfixiados. Consta que o senhor Bush, conhecido eco-bandido, se prepara para lançar uma taxa especial sobre o turismo asfixial, destinando-se as respectivas receitas a prover aos enterros dos sacrificados pelas cérceas.
O "Irritado" propõe ao senhor Fernandes que trate de lançar, imediatamente, em colaboração com a Quercus e com o paisagista Teles, um concurso público para a aquisição de garrafas de oxigénio a fornecer gratuitamente a quem quiser circular na Avenida da república, ou mesmo só atravessá-la, depois de acertadas as cérceas. Um grupo de gentis meninas do BE e dos Verdes (por fora) poderia oferecer-se para a tarefa, dando a cada transeunte, com a respectiva garrafinha, uma brochura explicativa das benesses do trotskismo e do marxismo-leninismo no que à falta de ar diz respeito.
Aqui ficam estas modestas, gratuitas e despretenciosas sugestões.
António Borges de Carvalho