ADENDA
No seu post de ontem o IRRITADO induziu os leitores em erro. Há que aditar algumas considerações.
É que, afinal, o processo Freepot não trata de corrupção. Ninguém corrompeu, ninguém foi corrompido. Nada disso. O que se passa é que parece que uns fulanos pediram uns milhões a outros fulanos para dar a outros fulanos, tendo os últimos o poder de despachar favoravelmente um projecto mais ou menos esquisito.
Dá-se o caso de os fulanos a quem os fulanos pediram o dinheirinho não se queixam de nada e, ao que parece – o processo foi arquivado no Reino Unido – não mandaram dinheiro nenhum.
Ou mandaram e, nesse caso, seria preciso saber a quem foi entregue, o que daria azo a algo de interessante. Mas, na ausência de queixoso, na ausência de prova, restam suspeitas improvadas, pelo que o processo não faz sentido.
Uma vez que o projecto mais ou menos esquisito foi aprovado, o processo faria sentido se os destinatários finais fossem identificados. Como não há destinatários, nem dinheiro, nem nada, resta um mijarete policial e judicial que não interessa a ninguém, para além dos dois infelizes que estão a ser julgados sem se saber bem porquê.
Verdade é que uma coisa altamente suspeita é esvaziada de sentido e convertida num fait divers.
Vejam lá se descbrem quem fica a rir às gargalhadas com isto tudo.
9.3.12
António Borges de Carvalho