URGÊNCIAS
Há menos frequência nas urgências dos hospitais. Não há órgão de informação que não fale nisso, que não diga que a culpa é do governo, das taxas moderadoras, do caneco a quatro.
Tenho à frente uma “infografia” sobre o assunto. Segundo ela, de 2005 a 2010, havia, em média, uns seis milhões e quatrocentos mil recursos às urgências. Em 2011, tal número desceu para cinco milhões cento e tal.
Eis demonstrado o ataque feito pelo governo aos cidadãos, via taxas e outros malefícios!
Vista a coisa com um bocadinho mais de detalhe, verifica-se na tal infografia que o número relativo a 2011 não inclui as urgências dos hospitais de São João, da Universidade de Coimbra, do Baixo Vouga, de Tondela Viseu e de Leiria Pombal. Tratar-se-á de pequenas casas de saúde sem influência nas estatísticas? Parece que não. O que, evidentemente, invalida toda a argumentação sobre os malefícios do governo.
Se acrescentarmos a isto que, a vir a confirmar-se haver menos frequência nas urgências, tal descida se pode dever a um vasto número de razões que pouco têm a ver com taxas, e ficaremos, mais uma vez, convencidos que em nada do que nos dizem podemos acreditar sem contra prova.
10.3.12
António Borges de Carvalho