SEGOLICES
"Quando houver três mulheres nas reuniões do G8, tudo mudará: Merkel, Hillary e eu...", afirmou, urbi et orbe, dona Ségolène.
Edificante. Dona Ségolène não é melhor porque tem melhores ideias ou propostas. Dona Ségolène não é melhor por ser socialista. Dona Ségolène não é melhor por ser mais sabedora ou mais competente, ou por ter melhor currículo. Não. Dona Ségolène é melhor por ser... mulher.
Às urtigas a igualdade dos sexos. Às urtigas as qualidades que fazem um político merecer apreciação positiva. Ser mulher é o bastante. De esquerda ou de direita, como a dona Hilária e a dona Ângela. Tanto faz. Tanto faz ser liberal como socialista. Tanto faz o passado como presente. Tanto faz as propostas e as ideias. Tanto faz tanto faz.
Ser mulher chega para "mudar", e para mudar "tudo".
Trata-se da mais aviltante concepção da igualdade dos sexos, que bem representada está no leque sexualmente variado de candidatos à presidência da República Francesa*.
Quando os políticos recorrem a estas bojardas, mal vão as coisas. Para a França e para todos nós.
António Borges de Carvalho
* Em França, o presidente da república é o Presidente da República. Por cá, é o "Presidente de Todos os Portugueses", apesar de a Constituição dizer o contrário. T'arrenego! Por mim, não tenho presidente nenhum, nem sequer o do Benfica.