DO PRESTÍGIO DA JUSTIÇA E DOS SEUS AGENTES
Os nossos juízes – pobres de nós! – elegeram uma nova direcção para o seu sindicato. O novo condotieri da classe declarou as suas melhores intenções para recuperar o prestígio da mesma, bem como o da Justiça em Portugal.
Os procuradores parece que fizeram, ou vão fazer, a mesma coisa.
O IRRITADO permite-se dar um conselho a estas doutas corporações: se se querem prestigiar, comecem por acabar com os sindicatos.
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Por falar em juízes, mal ficaria ao IRRITADO se não os condenasse pelo crime de queixa, isto sem saber se tal crime existe. Acusar não é com eles. Com eles é julgar. Para julgar, são independentes e irresponsáveis. Ora ninguém é independente ou irresponsável, muito menos os juízes, se se dedicar a julgar aqueles que acusou!
Se isto não é crime, é, pelo menos, o mais desbragado e pernicioso pontapé na deontologia profissional, na independência, na própria e elementar natureza do poder de que dispõem.
Pior ainda é que nem um só juíz venha a público demarcar-se da atitude do sindicato, o que nos garante que os juízes estão de rastos, que a Justiça está de rastos, que nós estamos de rastos.
Que faltará espezinhar?
27.3.12
António Borges de Carvalho