NAS MALHAS DA PREPOTÊNCIA
O Professor Crato cometeu mais um crime, dos muitos quem lhe vêm sendo assacados pelos acusadores de serviço.
Antes de mais, teve o desplante de fazer um despacho sem consultar previamente o bigodes do PC e as suas hostes. Coisa nefanda e censurável, a raiar o estilo do Estado Novo. Isto, quanto ao processo.
Quanto ao conteúdo, que quer o tal Crato? É simples: dar créditos horários a quem provar merecê-lo, deixando a coisa de ser automática. Um escândalo!
Depois, diz o Crato, é preciso dar mais autonomia às escolas, que passarão a poder actuar mais segundo as necessidades dos teatros lectivos em que estão integradas, e menos segundo as rígidas normas do poder central. Uma desgraça!
A malta, que grita há anos por mais autonomia, só aceitava a autonomia que bem entendesse, não uma autonomia que parece ir prejudicar o automatismo dos euros a que têm “direito”, fazendo-os depender do desempenho das escolas, dos alunos e, é claro, dos destinatários finais dos créditos horários. Uma horrível injustiça.
Segundo o bigodes, as horas são de quem tem direito a elas, como é evidente, nada tendo a ver com desempenho dos professores ou a autonomia das escolas.
Somos levados a crer que, só quando o Jerónimo for primeiro-ministro, o Louça ministro-adjunto e o bigodes ministro da educação, a coisa entrará nos eixos e os euros nos bolsos de quem tem direito a eles, não é?
7.6.12
António Borges de Carvalho