LIXO, PRECISA-SE
Uns rapazes, negociantes de lixos ditos perigosos, vieram queixar-se publicamente da falta de matéria-prima para o seu nobre mister.
É que, dizem, andam para aí uns malandros a fazer concorrência desleal. Por outro lado, acham que há fulanos que guardam o lixo, não se sabe bem para quê, em vez de o entregar a quem de direito.
Gravíssimo problema, pensar-se-á. Mais gente para o desemprego, os industriais do lixo falidos, uma desgraça!
Mas não é bem assim. E tanto não é que os lixadores andam a exigir à administração pública mais cinco aninhos de contrato. Ora se, dada a falta de lixo, a coisa não é viável, e se estão a perder dinheiro, diria a mais elementar lógica que, com mais cinco anos a perdê-lo seria uma catástrofe. Ora como os lixadores, que se consideram lixados, não são uma associação de caridade, o que isto tudo quer dizer é que arranjaram um bom pretexto para ir ganhando umas massas durante mais cinco anos. Genial, não é?
7.6.12
António Borges de Carvalho