UM CARJARETE
Carjarete é um neologismo cheio de significado. Trata-se de uma corruptela de mijarete, inventada por tipos como o IRRITADO, reaccionários e fascizantes díscolos, pelo menos na abalizada opinião dos camaradas Jerónimo e Louça, seus seguidores e compadres, género Fidel ou Tchichas (o grego, de quem o Louça é orago e guru).
Pois não é que tal detestável gente juntou mijarete ao nome do camarada Arménio Carlos e inventou o carjarete? É de uma falta de respeito a toda a prova.
Porquê tal invenção?
Tudo tem a sua razão de ser. É que o camarada Arménio, cada cavadela cada minhoca. O homem tem o discurso mais bafiento de toda a Europa. Não é capaz de sair de uma dúzia de slogans ou respectivas glosas, a fazer lembrar as antigas cassetes do Cunhal, hoje penes do Jerónimo. Não dá duas para a caixa. Uma desgraça. E como cheira a bafio por todos os poros, a malta começa a fartar-se das suas arengas e, o que é pior, das suas convocatórias.
Já poucos aparecem nas farras da CGTP. Desta feita (segundo os jornais) acentuou-se a tendência para só descerem a avenida os filiados do PC e, destes, só os mais velhotes e os do Sul, à excepção do Algarve. Devidamente espaçados, como manda a cartilha, os fiéis defuntos, perdão, os fiéis camaradas, quiseram dar a sensação das multidões doutros tempos, ocupando vinte vezes mais alcatrão do que se justificaria. Por outro lado (sempre segundo os jornais), as palavras de ordem não entusiasmaram fosse quem fosse. O préstito lá foi, tristemente, pela avenida abaixo, sem brilho nem – em futebolês – postura anímica. Um carjarete.
O Carlos lá debitou as suas patranhas, o seu ódio à troica, à agiotagem da troica e a tudo o que mexe. Resultado: um carjarete!
Dê-se, no entanto, o seu a seu dono. O homem tem azar. É perseguido pelas forças do capital monopolista, fascista, imperialista, etc..
No primeiro de Maio foi o que se viu. O Pingo doce, força reacionária como tudo, resolveu dar umas borlas. A malta em vez de ir à avenida foi às compras. E o primeiro de Maio foi um carjarete.
Desta feita, foi o Continente, tão reacionário como o outro. Pôs uns rebanhos de cabras a pastar no Terreiro do Paço sob o terno olhar do Costa e do Fernandes – outros reaccionários, no parecer do Arménio - e pronto, as massas, em vez de ir atrás das miúdas na avenida, foi atrás das cabras. Deixou a procissão para os velhotes, que já não têm guts, seja para as miúdas, seja para as cabras. Um carjarete!
Coitado do Arménio!
17.6.12
António Borges de Carvalho