FLOP!
Trutas de cento e noventa países estiveram reunidos no Rio de Janeiro com o virtuoso objectivo de “salvar o planeta”. Correram uns milhões nas despesas públicas, uns milhares de tipos ganharam chorudas ajudas de custo, viagens em primeira classe, bons hotéis, boa comida, umas noitadas no Rio. Óptimo.
Para quê? Rezam as notícias que para nada. Nadinha.
Voltou a malta, orgulhosa e satisfeita, aos seus locais de origem. A coisa tinha sido um fracasso indiscutível, o que, ou me engano muito ou era o que se pretendia. O senhor Banquimune e a sua gente devem ter voltado tristes à Aple, já que não avançaram um milímetro na sua gloriosa marcha para o governo universal.
As coisas são muito mais simples do que parecem. No fundo de cada um, à excepção da chamada “Europa”, há dúvidas sobre a antropogénese do “aquecimento global”, se é que há aquecimento global, se é que o CO2 é tão mau como se diz, se os burocratas da ONU e da “Europa” têm razão, ou se quem tinha razão era o Bush quando mandou o protocolo de Quioto às urtigas.
Pelo menos por este motivo, por exemplo os BRICS, regurgitantes de dólares, acham que a “Europa”, tesa como um barrote, deve pagar os triliões que propõe que se gastem, ninguém sabendo bem para quê. O nosso problema é que a “Europa” parece mais disposta a gastar tal dinheiro do que em resolver os problemas reais em que se está a afogar.
Ninguém será capaz de demonstrar aos BRICS e companhia por que carga de água devem pagar despesas cuja necessidade outros inventaram. É que os trutas da ONU descobriram um problema que ninguém sabe se existe mas que fomenta um negócio de triliões. Os tipos de Bruxelas aceitaram a “ciência” imaginada por burocratas, e trataram de vender ao mundo o que o mundo não quer aceitar. Trata-se, como diz a propaganda, de “desenvolvimento sustentável”. Pois. O pior é explicar aos outros o que é sustentável para gente que precisa de comer todos os dias. Se é sustentável, dizer às pessoas que, em vez de gastar em pão, devem gastar em “direitos de carbono” e noutras patacoadas saídas dos delírios dos políticos.
Sustentar o quê? A humanidade ou a demagogia?
O flop do Rio, afinal, foi o melhor que de lá podia ter saído.
O IRRITADO recorda com saudade os tempos em que a sustentabilidade ecológica era defendida por gente séria, por idealistas sem objectivos políticos fundados em ambições ou justificação por aldrabices. O “ambiente” é hoje um negócio como outro qualquer. Pior que isso, é fundamento para chantagem sobre as pessoas, uma forma de domínio, um atentado aos verdadeiros direitos de cada um, uma prática terrorista, uma forma de acabar com aquilo que se diz defender: a própria sustentabilidade.
24.6.12
António Borges de Carvalho