UMA TRISTEZA
Há cabecinhas que não se percebe bem como funcionam.
Dona Roseta, dizem as piores línguas, é uma fulana ridícula, patética, meia histérica, uma tonta, uma arquitecta que nunca arquitectou coisa nenhuma para além de arranjar maneiras de andar à tona. Como é natural, jamais o IRRITADO diria tais coisas acerca da pobre da senhora. Nem por sombras!
A última investida de dona Roseta merece, porém, uma pequena observação. Então não é que se lembrou de acusar o Relvas de a ter querido obrigar a fazer um contrato com uma empresa onde trabalhava o Dr. Passos Coelho? A coisa, segundo explicou, passou-se há dez anos, era o Relvas secretário de Estado, ela bastonária dos arquitectos e Passos Coelho funcionário de uma empresa.
Longe do IRRITADO acreditar ou deixar de acreditar na tremenda acusação. Mas atreve-se a perguntar por que carga de água é que a dona Roseta se lembrou da história dez anos depois, em vez de se ter queixado na hora? Porque guardou, nas catacumbas da sua excelsa alma, esta tremenda verdade? O que a moveu, na altura, a calar-se?
O que a move a falar agora é fácil de adivinhar: a baixeza moral e política de uma infeliz mulher.
24.6.12
António Borges de Carvalho