SOLUÇÕES PRÁTICAS E DEMOCRÁTICAS
A polémica do Relvas já cheira mal. Não vale a pena voltar ao assunto.
Mas é engraçado lembrar à geração que, hoje, anda por volta dos cinquenta, mais coisa menos coisa, a forma como tantos dos seus membros, alguns em altíssimas posições nacionais e internacionais, chegaram ao canudo.
Sabem como foi? Com uma coisa criada pela desordem que o 25 provocou: as “passagens administrativas”.
Mais ou menos assim:
Os alunos punham os professores (bandos de fascistas!) na rua. Davam-lhes porrada. Faziam plenários nas aulas. Arrastavam professores pelos corredores puxando-os pela gravata. A universidade andava sem eira nem beira, mas muito à la page.
Dada a situação revolucionária, os alunos, coitados, não podiam, antes pelo contrário, ser prejudicados: Passavam “administrativamente”. Um carimbo qualquer e já está.
Quantas cadeiras comidas, quantos anos passados com honra q.b. e eficácia muita!
Há que reconhecer que era muito mais prático do que as burocracias em que os relvas se meteram para obter resultado semelhante. E sem as chatices a que os relvas se sujeitam.
12.8.12
António Borges de Carvalho