JUSTA HOMENAGEM
O IRRITADO é um ingénuo. Tanto mal disse do inacreditável PGR Pinto Monteiro, agora, felizmente, ex-PGR, e ainda não tinha percebido bem em que águas se movia.
É certo e sabido que o dito senhor fez os impossíveis para safar o senhor Pinto de Sousa das variegadas tropelias que lhe eram assacadas. Mas o IRRITADO não tinha percebido porquê.
Substituído o senhor, eis que um escol de admiradores se reune para, irmanados em solidário ágape, lhe prestar a devida homenagem de despedida. Nada menos de 250 indefectíveis admiradores. Segundo os jornais, sobressaíam “vários” dirigentes do PS, entre eles o inevitável Almeida Santos e o ilustre jurista Alberto Martins, ambos celebérrimas figuras do partido e de outras coisas. De salientar também a presença do tresloucado Marinho e Pinto, uma espécie de A.J. Jardim de outras áreas, e reconhecido defensor oficioso do senhor Pinto de Sousa.
Dona Cândida Almeida, quiçá de obediência rival, especialista em confusões, primou pela ausência. O mesmo se diga em relação à dona Maria José Morgado, grande perseguidora de corruptos e afins, a qual, na matéria, jamais apresentou qualquer tipo de resultado, só tremendistas quão mal sucedidas bocas.
Havia montes de procuradores – estava lá a nova chefe, certamente por dever de ofício – a tornar-se visíveis, não fosse o diabo tecê-las.
Pode concluir-se que a fraternal gratidão não é palavra morta, que a profissional constância não é coisa para deitar fora e que a visibilidade burocrática ainda é um valor.
Como sinal de esperança, diga-se, uma cara nova é bom augúrio, não vão as coisas repetir-se.
27.10.12
António Borges de Carvalho