DA NACIONAL-INTELIGÊNCIA
Pense-se o que se pensar da política da dona Ângela, o facto de ela vir até cá com um vasto grupo de investidores (coisa que não fez com os gregos, por exemplo), não é, não pode ser, má notícia.
O consenso, que, pelo menos formalmente, já houve em relação à situação, foi quebrado pelo chamado PS, com base em queixinhas, vigançazinhas e outras mariquices, aliadas a uma visceral ausência de sentido de Estado (nem discutir aceitam!!!). No momento em que a nossa credibilidade externa leva esta monumental machadada, a visita da principal credora devia ser saudada como manifestação de boa vontade e de abertura.
Pode ser que tal visita nada adiante. Mas o mais provável é que sirva para alguma coisa. Numa altura em que qualquer hipótese de alívio é uma bênção, nada mais estúpido que chamar à senhora personna non grata. E, no entanto, é o que faz uma trupe de “intelectuais”da nossa misérrima praça. Apresenta-se a incentivar as massas a vaiar a visitante.
Que patriotismo!
Que santa irreverência!
Sobretudo, que brilhante inteligência!.
Os pataratas em apreço, com cujos nomes não sujarei este blog, revoltam-se contra o extraordinário facto de a senhora não ter sido eleita por nenhum português, como se seja que governante estrangeiro o fosse, e que venha a Portugal “interferir nas decisões do Estado”, como se alguma vez na história da humanidade a visita de um político estrangeiro se destinasse a outra coisa que não fosse interferir ou influenciar as decisões do visitado. E mais: se a dona Ângela traz consigo investidores, dizem estes díscolos mentais, não é com outra intenção que a de comprar, “a preço de saldo”, o património português privatizado. O bando deve com certeza achar que a Siemens e a Auto Europa, por exemplo, são cancros nacionais, por não ser propriedade de portugueses! Rua com essa gente, e já! Umas dezenas de milhar mais para o desemprego, mas fica salvaguardada a honra desta cáfila de alarves.
Uma desgraça nacional, a proliferação deste tipo de “intelectuais”.
Todos de esquerda, como é evidente.
E com todo o apoio dos media, tão inteligentes como eles.
9.11.12
António Borges de Carvalho