FERIADOS DIPLOMÁTICOS
Diz-se que Portas delegou nos chefes de missão diplomática a decisão sobre o feriado do 25 de Abril. Ficará ao critério de cada um respeitá-lo ou não. Vai ser bonito o coro de protestos, de raivas, de acusações. O homem vai passar a fascista, salazarista, quem sabe se nazi ou adepto do Real Madrid.
A questão levanta diversas perplexidades.
Se o feriado é nacional, se as embaixadas são território nacional, parece evidente que não compete aos embaixadores determinar que se respeite ou deixe de respeitar. Respeita-se e pronto. Por outro lado, é sabido que as missões diplomáticas respeitam os feriados dos países onde se encontram, o que dá ao pessoal a deliciosa oportunidade de ter feriados a dobrar. Assim, compreender-se-ia que os feriados meramente nacionais não fossem respeitados, ficando-se pelos dos outros. Há razões para tal: fará sentido que as embaixadas estejam abertas quando tudo está fechado, ou que estejam fechadas quando tudo mexe? Neste caso, porém, a regra aplicar-se-ia a todos os feriados, não especificamente ao do 25 de Abril.
Postas as coisas como parece que Portas as pôs, trata-se de inútil, estúpida e provocatória decisão.
Esclareça-se que, na opinião do IRRITADO, a democracia e a liberdade deveriam comemorar-se a 25 de Novembro, data verdadeira da sua “fundação”. De Abril de um ano a Novembro de dois anos depois, até faz vómitos lembrar o que se passou.
Como é evidente, esta preferência do IRRITADO é coisa que não tem pés para andar. Mas que fique expressa, por uma questão de princípio.
7.12.12
António Borges de Carvalho