MOSTRAR SERVIÇO
Este governo tem muito que fazer. Vai fazendo... mas parece que continua a haver quem não tenha muito trabalho e, assim como os tipos de Bruxelas passam a vida a regular o que não devem, se dedique a inventar novas matérias para chatear o cidadão.
É assim que tem vindo a ser anunciado que o governo, leia-se os burocratas desocupados que já deviam ter ido para o olho da rua, se prepara para lançar mais uma campanha de ostracismo militante contra os fumadores. Não bastam as limitações que há aí por todo o lado, as ameaças nos pacotes, a propaganda, os autocolantes imaginados ad hominem, quer dizer, que não proibem de fumar, proibem as pessoas que fumam, mais a parafrenália de martingalas que a UE lança dia sim dia sim.
Prepara-se agora a eliminação das zonas de fumadores nos restaurantes, aeroportos, quem sabe se nas ruas. A desculpa é que os fumadoeres custam ao Estado 500 milhões por ano em cuidados de saúde. Ninguém sabe como se fez, ou faz, esta conta, já que ninguém sabe quantos cancros ou coisas do género são consequência do fumo ou se têm origem genética ou outra qualquer. Mas aceite-se, por pura comodidade, a conta mirabolante dos burocratas. Há outra conta, essa mais exacta e fiável, que esta gente não faz: os fumadores, pelo simples facto de fumar, entregam ao Estado, anualmente, cerca de... 1.000 milhões de euros em impostos, o dobro do que, alegadamente, custam! Por outras palavras, os fumadores não só pagam os cuidados de saúde que recebem do Estado, como ainda contribuem para os cuidados prestados aos que não fumam com nada menos de 500 lindos milhões.
Morrem mais cedo, diz-se. O problema é deles. Se morrem mais cedo, cobram menos de reforma ao Estado. Mais um contributo dos fumadores para o equilíbrio das contas...
Do Estado e da sociedade, o problema é o desperdício de 500 milhões na saúde e de um número indeterminado de milhões na Segurança Social.
Bom seria que o governo não perdesse tempo com estas patacoadas persecutórias e ordinárias. Ou seja, que não desse ouvidos a relatórios de funcionários inúteis que, como todos os inúteis, outra coisa não pensam senão em criar dificuldades às pessoas, para mostrar serviço.
31.12.12
António Borges de Carvalho
Post scriptum*: Amanhã é ano novo. Como diz o outro, meus amigos, aguentem-se. Lembrem-se da sabedoria popular: “depois da tempestade, a bonança”, “não há mal que sempre dure”, “chuva em Novembro, Natal em Dezembro”, mais vale ser rico e ter saúde que ser pobre e doente”, “depois de mim virá quem de mim bom fará” (esta não se aplica ao Pinto de Sousa), “o futuro a Deus pertence” et alia do mesmo género. Não vale a pena coçar as feridas nem pôr as culpas aos do costume, como o polícia do “Casablanca”. Um déjá vu que só faz o 13 dar má sorte.
Saudinha, já que dinheiro, meus amigos, não há em 2013 nem haverá tão cedo.
E pronto. Bom ano para todos!
IRRITADO
*Não escrevo PS (t'arrenego!), podia dar lugar a confusões!