NAS MALHAS DO PECADO
Não sei se o Bispo Azevedo fez ou deixou de fazer o que o Dr. Balsemão achou óptimo para vender revistas. Nem me interessa sabê-lo.
É evidente que a natureza humana se deve vingar daqueles que são obrigados à abstinência sexual. Casos não faltam, a ilustrar esta tão comezinha verdade. O voto de castidade deve ser o mais difícil de todos. Sendo uma jura, porém, faltar-lhe é grave.
Adiante. Importante, neste caso particular, é a demonstração de ódio que a coisa demonstra. Admitamos que o Dom Carlos fez, ou tentou fazer, umas porcarias com um aluno. Vão passados trinta anos. A pergunta que se põe é: como é possível que o actual acusador tenha esperado esse tempo todo para pegar no trombone?
Que dose monumental de ódio recalcado – aliás comum na pederastia, dirá um psicólogo que não tenha medo de ser politicamente incorrecto - é preciso para, passados trinta anos, fazer o que fez o denunciante?
O IRRITADO não é moralista nem percebe grande coisa de pecados. Mas, em face do que julga ser valores cristãos, não é muito mais grave o que faz o acusador do que o que o acusado pode ter feito? É evidente que sim.
Dom Carlos que se desenrasque, se conseguir resistir ao balsemónico sensacionalismo. Nós por cá todos bem, ou todos mal, segundo a perspectiva de cada um.
23.2.13
António Borges de Carvalho