MADUREZAS
a) A balzaquiana enfeitada que dá pelo nome de Kirchner, presidente da República na Argentina, estava escalada para fazer um discurso laudatório nas cerimónias fúnebres do camarada (dela) Chávez. Mas não fez. Meteu-se no avião e deu de frosques.
b) A dona Gelma e o penduricalho Lula também se puseram a mexer antes de tempo.
c) O cadáver do Chávez, afinal, não vai ser embalsamado.
Três factos que envolvidos numa aura de mistério. Três factos que, ou não foram noticiados ou, no caso de c), o foram sem uma explicação digna desse nome.
Avancemos com o que se poderá chamar teoria da conspiração.
Boas fontes garantem que, dado o estado miserável do corpo do homem, morto em Cuba vários dias antes de ser recambiado para a Venezuela - se o foi – o Maduro achou que não seria bonito mostrá-lo ao pagode. Mandou fazer um boneco de cera, cheio de bom aspecto, muito bem vestido, e pô-lo no caixão para o povo ver. Parece que a Kirchner e a Delma deram com a marosca e se foram embora zangadíssimas. Nem uma se prestou a fazer discursos em honra de bonecos, nem a outra quis validar a fantochada.
O Maduro, como não tinha cadáver nenhum para embalsamar, resolveu dizer que levava muito tempo. Tinha que o mandar para a Rússia, e a Rússia – aldrabice! -dava um prazo de entrega de sete meses.
Numa coisa há que tirar o chapéu ao Maduro: o homem é fiel ao defunto, isto é, é tão aldrabão como ele foi.
Outra coisa que dá que pensar é a falta de informação sobre o assunto. A comunidade jornalística, sempre apostada em “investigações”, calou-se como um rato mudo. Por outras palavras, a comunidade jornalística é globalmente de esquerda e não gosta de investigar camaradas.
Para quem possa pensar que este post é uma ofensa a um defunto, cite-se a asserção do Imperador Caracala: aos mortos deve-se sempre a maior das homenagens, desde que se tenha a certeza de que estão bem mortos.
18.3.13
António Borges de Carvalho