DA GENIALIDADE DAS PROPOSTAS DO OCO
A eleição sovieto-cubana do oco (97%!!!) causou justificado frisson em diversas hostes, à frente das quais se agiganta o campeão nacional da asneira, um que usa o outrora vagamente prestigiado nome de Mário Soares.
Normalmente, estas pletóricas manifestações de unanimidade (97%!!!), de paz, fidelidade e união, se não há uma boa polícia política a tratar do assunto, significam guerrilha, traição e a mais profunda desunião. Isto é sabido, clarinho como o cristal. Acoitados na multidão, os inimigos aplaudem e votam, ao mesmo tempo que pensam: sobe balãozinho, que quanto mais alto subires de mais alto te estampas.
A este respeito, a ver vamos.
Para já, haverá que ir à substância das coisas, isto é, às declaradas opiniões e intenções do feliz oco. Para além das indispensáveis loas aos seus “seguidores” e à organização a que preside, o homem alargou-se na “análise” à situação em que estamos, isto repetindo os clichés habituais do casalinho meia-leca, do Jerónimo, do Carlos, da multidão “pensante” e de várias maralhas mais ou menos iletradas ou fanáticas. Fácil.
Depois, veio o que interessa. As propostas. A alternativa. A afirmação. Antes de mais, disse ele, são propostas que não se destinam a partilhar seja com quem for. Primeiro, o poder. Depois verão. Diálogo, todo. Sempre disponível para dialogar com toda a gente. Desde que, evidentemente, não com o poder actual, mas com os seus futuros súbditos. Muito bem. Chama-se a isto selectividade. Dás-me a faca, depois dizes como queres cortar o meu queijo. Enquanto a faca e o queijo não forem meus, nem penses! Nem faca nem queijo nem diálogo.
E lá vêm as propostas.
A primeira é brilhantíssima: TSU segundo o “volume de negócios”. Depois, digam que o Gaspar é que tem a mania dos impostos! Aqui está uma forma genial de “proteger” o investimento.
A segunda é ainda melhor: obrigar os credores a uma moratória de juros, o BCE a chutar para cá seis mil milhões e a “Europa” a mutualizar metade da nossa dívida. Formidável! É de espantar a influência que o oco acha que tem messe mundo rico a quem deve dinheiro. Com a ajuda desse outro génio do socialismo, o camarada Hollande, vai ser canja!
Há mais. O oco vai arranjar uns setenta e cinco milhões de euros para dar aos desempregados. “Aqui fizemos contas”, diz ele. No resto não deve ter sido preciso fazer contas… Alguém pode discordar? O facto de o oco não dizer como é que vai arranjar os tais setenta e cinco milhões é um pormenor sem importância.
A seguir, veio a sábia intervenção financeira: doze mil e quinhentos milhões para a economia. Fantástico! Neste caso, o oco diz como: baixar o rácio de capital dos bancos, ir buscar mais uns milhões à “reserva” de recapitalização, sacar mais uns cinco mil milhões ao BEI. Tudo somado, doze mil e quinhentos. O IRRITADO curva-se respeitoso perante tão sábias soluções. Só é pena que nada disto dependa do oco. Senão, estávamos safos, não é?
Finalmente, o rapaz garante o aumento do salário mínimo, com o que toda a gente está de acordo, até os patrões, diz ele. Não refere que os tais patrões (em Portugal, pior que os sindicatos, só os patrões) exigem que seja o Estado a pagar a diferença.
No meio desta panóplia de medidas salvadoras, e por causa delas, o oco pede uma maioria absoluta. Porém, como sabe que a não tem nem terá, vai acrescentando que se coligará com quem for preciso e dialogará com toda a gente. Desde que esteja no poleiro. Sem poleiro não há diálogo nenhum! É assim mesmo, ó oco! Um homem é um homem!
Não se diga que o IRRITADO discorda de tudo o que o rapaz diz. O problema é que, tal o seu guru Hollande, o oco não faz a mais pequena ideia de onde está a querer meter-se, pelo menos porque a quase totalidade das suas “soluções” dependem de outros, não dele.
Os batalhões do comunismo, às ordens dos meias-lecas e do Jerónimo, disseram do discurso o que costumam dizer de tudo e mais alguma coisa, usando as suas requentadas e estúpidas cassetes.
Cite-se, a fechar, a abertura do Melinho (como é conhecido lá na terra) do CDS: “Não me pareceria muito prudente… fazer um juízo três minutos depois de serem apresentadas (as propostas de Seguro)”. Prudência ou canalhice?
1.5.13
António Borges de Carvalho