CONSELHO DE ESTADO
De forma praticamente unânime, os media e os controladores de opinião condenam o que chamam vazio da reunião de Conselho de Estado, bem como a oportunidade da sua convocatória e do seu tema. Ainda ontem, o IRRITADO, coitadinho, tremeu de medo com a super histérica diatribe da peixeira da TVI, que quase entrou em delirium tremens, vítima das suas próprias e descabeladas diatribes.
Que interessa o chamado o chamado período pós-troica? Nada.
Que interessa a anunciada nova arquitectura financeira da UE? Coisa nenhuma.
Que interessa a projectada reforma da União Económica e Monetária? Nicles.
Que interessa a União Bancária? Zero.
Que interessam “os desafios que se colocam ao processo de ajustamento português no contexto das reformas em curso na Europa”? Coisa nenhuma.
Que interessam os futuros “mecanismos de resolução de crises”? Nem a ponta dum corno.
Que interessa debater a forma de nos movimentarmos, enquanto Nação soberana, em relação a tais projectos europeus? Não brinquem com o pagode.
E assim por diante.
Que interessa, de facto e de “direito”, ao oco e ao bando de malfeitores políticos que julga comandar, aos tradicionais ódios mesquinhos do senhor Soares, à pesporrência idiota do poeta Alegre? Que haja eleições, já! Que nenhuma estratégia o país tenha para o futuro, outra que não seja submeter-se ao PS e aos ovos-no-cu-da-galinha com que vai entretendo as massas.
Como, nesta altura das coisas, o PS não dispõe de um Presidenbte que o leve ao colo para o poder - o tempo do seu saudoso Sampaio, helas, já lá vai - o que interessa é negar o diálogo, seja para já seja para o futuro, é não se comprometer seja com o que for, é não consensualizar seja o que for, é repisar os argumentos da sua miserável cassete, a ver se os papalvos caem nas promessas - que nenhuma depende deles, todas de outrem. Assim, se falharem, a culpa é da Ângela, olaré.
Não é possível, na Europa democrática, imaginar uma organização tão centrada no umbigo com este PS do oco. Para haver um regime digno do adjectivo democrático é preciso que haja uma qualquer base nacional comum que escape aos interesses partidários. Com esta gente, zero! É a trica política pela trica política, até que a corrosão que a demagogia provoca dê os seus frutos. Mal da gente, nós, que tal gente alimenta.
O IRRITADO não é, como muitas vezes tem dito, um admirador do Presidente Cavaco Silva. A não ser por exclusão de partes, como é legítimo pensar que acontece com a maioria dos seus eleitores. Mas não pode deixar de reconhecer que o homem tem feito os possíveis por evitar uma crise políca de consequências inimagináveis, tem feito o que está ao seu alcance para trazer o PS à razão e à responsabilidade, coisas que, ao oco e seus sequazes, claramente não assistem.
Vencido na sua cruzada a favor de um compromisso qualquer que minorasse os perigos que aí estão, tentou, com esta reunião, encontrar uma estratégia nacional para o futuro que se avizinha, até porque, segundo é voz corrente, em tal período é possível que o PS possa estar no poder, sendo útil para todos que a preparação de tal período fosse desde já objecto de discussão e compromisso. Objectivo baldado! Se havia no Conselho de Estado quem quisesse discutir o tema, foi calado ou ignorado. Lá estavam os conselheiros do PS para boicotar tudo o que pudesse vir a ser útil. Nem consenso, nem compromisso, nem discussão, nem estudo, nem coisa nenhuma.
O que interessa àquela gente é uma boa crise, real (por obra e graça do Portas), ou fictícia, fabricada pelo PS e apaniguados. Tudo o resto é fantasia da “direita”.
Portugal, o que é isso? O que existe é o PS!
Triste Pátria que tais filhos tem!
22.5.13
António Borges de Carvalho