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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

COERÊNCIA


Alguém fez o favor de me mandar estas declarações de Mário Soares quando era primeiro-ministro. Aqui vão, com algumas adendas do IRRITADO:

 

EM AGOSTO DE 1983, O GOVERNO DO BLOCO CENTRAL,

ASSINOU UM MEMORANDO DE ENTENDIMENTO COM O FUNDO

MONETÁRIO INTERNACIONAL. OS IMPOSTOS SUBIRAM, OS

PREÇOS DISPARARAM, A MOEDA DESVALORIZOU, O CRÉDITO

ACABOU, O DESEMPREGO E OS SALÁRIOS EM ATRASO

TORNARAM-SE NUMA CHAGA SOCIAL E HAVIA BOLSAS DE FOME

POR TODO O PAÍS.

O PRIMEIRO-MINISTRO ERA MÁRIO SOARES. 

Dizia ele:

 

“Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”.

DN, 27 de Maio de 1984

Se fosse hoje, dira: as manobras do capitalismo de casino, secundadas pelo governo, obrigam-nos a apertar o cinto.

 

“Não se fazem omoletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”.

DN, 01 de Maio de 1984

Se fosse hoje, diria: O governo não tem sensibilidade social. Quer pôr os portugueses a fazer omeletes sem ovos.

 

“Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.”

JN, 28 de Abril de 1984

Se fosse hoje, diria: No estrangeiro, dominado pela Alemanha, há quem teça elogios ao nosso empobrecimento. Sabem que têm ao seu serviço um governo neoliberal, serventuário dos inconfessáveis interesses da plutocracia internacional.

 

“Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal”

JN, 28 de Abril de 1984

Se fosse hoje, diria:O governo, que os portugueses já condenaram com toda a razão, põe às suas ordens uns economistas bem pagos, para justificar a servidão ideológica a que nos sujeita e a fim de tentar convencer os portugueses de que a política de austeridade que está a ser seguida é necessária para Portugal.  

 

“Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível”

RTP, 1 de Junho de 1984

Se fosse hoje, diria: O governo desta maioria já perdeu a legitimidade, política e moral, para fazer seja o que for, e continua, acolitado pelo presidente da República, a tentar convencer os portugueses que não há terapêutica possível para além desta austeridade injusta e desnecessária.

 

"A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós”

RTP, 1 de Junho de 1984

Se fosse hoje, diria: E não nos venham com a desculpa da Europa para justificar os seus ataques ao estado social. A Europa, sob as ordens da Alemanha, o que quer é desgraçar-nos para dar o exemplo. O governo para a rua, já!

 

“Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”.

RTP, 1 de Junho de 1984

Se fosse hoje, diria: O governo é tão mentiroso que é capaz de dizer que os portugueses andaram a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos.

 

“O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”.

RTP, 1 de Junho de 1984

Se fosse hoje, diria: Não nos interessa inverter caminho nenhum. As conquistas de Abril são para manter. Desde que não andemos às ordens da troica e saibamos correr com o governo, ultrapassaremos todos os nossos problemas.

 

“[O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (…). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”

JN, 28 de Abril de 1984

Se fosse hoje, diria: O desemprego é mais um sinal das políticas erradas e neoliberais deste governo. O desemprego e os salérios em atraso são consequência directa dos erros políticos e sociais por ele cometidos. O estado tem que intervir onde for preciso, e é no desemprego e nos salários em atraso que tem que o fazer: Trata-se de problemas sociais, não das empresas.

 

“O que sucede é que uma empresa quando entra em falência… deve pura e simplesmente falir. (…) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade."

JN, 28 de Abril de 1984

Se fosse hoje, diria: As falências são mais uma consequência directa da submissão do governo às políticas financeiras da troica. Não se pode deixar falir as empresas. É para isso que o Estado serve, quando o Estado não é gerido por hordas de ultraliberais enfurecidos, a querer dar cabo do Estado que a Constituição informa e conforma. Abaixo o individualismo deste governo!

 

“Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem o que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”.

RTP, 1 de Junho de 1984

Se fosse hoje, diria: O rigor e a austeridade não servem para outra coisa que não seja encher a barriga dos canalhas que nos emprestam dinheiro a juros especulativos. A consolidação é uma falácia para uso da demagogia governamental, por isso,vamos a caminho da bancarrota e do desastre!

 

“Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”.

1ª Página, 6 de Dezembro de 1983

Se fosse hoje, diria: As finanças têm uma política baseada nos impostos, o que é um erro clamoroso, próprio de gente que não parece viver neste mundo, ou que acha que os portugueses saõ estúpidos. Os novos impostos são inúteis e prejudiciais. É preciso, antes dce mais, acabar com o governo, depois logo se vê.

 

“Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”.

DM 19 de Fevereiro de 1984

Se fosse hoje, diria: Posso garantir-vos que, a continuar a ser governados por esta gente, o desemprego será cada vez maior.

 

“A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar”

RTP, 1 de Junho de 1984

Se fosse hoje, diria: A CGTP, grande vanguarda dos trabalhadores, tem tido uma atitude verdadeiramente democrática e patriótica ao exigir a demissão do governo.

 

“A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa.”

Der Spiegel, 21 de Abril de 1984

Se fosse hoje, diria: A imprensa portuguesa tem um papel democrático extraordinário, na medida em que concorre activamente na destruição deste governo neoliberal, alinhado com a especulação financeira para destruir o estado social.

 

“Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”.

RTP, 31 de Maio de 1984

Se fosse hoje, diria: Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes para ajuizar sobre a generalidade do descontentamento, com toda a justiça expressos em milhares de murais. Os seus autores deviam ser premiados

 

“A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço”

La Republica, 28 de Abril de 1984

Se fosse hoje, diria: A Associação 25 de Abril continua a ser um esteio do progresso social e da democracia, na medida em que se opõe à destruição do País levada a cabo por este governo.

 

“As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta”.

Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984

Se fosse hoje, diria: Por culpa do governo, as finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta”.

 

“Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro ministro. Não é agradável para a imagem de um politico sê-lo nas condições actuais”

JN, 28 de Abril de 1984

Se fosse hoje, diria: Este primeiro ministro subiu ao poder motivado por inconfessáveis interesses ppessoais, e serve-se dele para prosseguir uma agenda ideológica que não tem nada a ver com os interesses do país.

 

“Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida”.

RTP, 1 de Junho de 1984

Se fosse hoje, diria:Esta gente teve o desplante de publicar uma lei das rendas!

 

 “Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”.

6 de Junho de 1984


E não é que o fulano é mesmo capaz de julgar que as pessoas o acham um herói? Grrrrrr...

 

29.5.13

 

António Borges de Carvalho

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